RELIGIÃO UMBANDA

Na Umbanda não há preconceitos nem orgulho. Aprendemos com quem mais sabe e ensinamos aqueles que sabem menos.

“A maior de todas as ignorâncias é rejeitar uma coisa sobre a qual você nada sabe." (H. Jackson Brownk)


Nenhum mistério resiste à fragilidade da luz.Conhecer a Umbanda é conhecer a simplicidade do Universo.

A Umbanda crê num Ser Supremo, o Deus único criador de todas as religiões monoteístas. Os Sete Orixas são emanações da Divindade, como todos os seres criados.

O propósito maior dos seres criados é a Evolução, o progresso rumo à Luz Divina. Isso se dá por meio das vidas sucessivas, a Lei da Reencarnação, o caminho do aperfeiçoamento.

Existe uma Lei de Justiça Universal que determina, a cada um, colher o fruto de suas ações, e que é conhecida como Lei de Ação e Reação.

A Umbanda se rege pela Lei da Fraternidade Universal: todos os seres são irmãos por terem a mesma origem, e a cada um devemos fazer o que gostaríamos que a nós fosse feito.

A Umbanda possui uma identidade própria e não se confunde com outras religiões ou cultos, embora a todos respeite fraternalmente, partilhando alguns princípios com muitos deles

A Umbanda está a serviço da Lei Divina, e só visa ao Bem. Qualquer ação que não respeite o livre-arbítrio das criaturas, que implique em malefício ou prejuízo de alguém, ou se utilize de magia negativa, não é Umbanda.

A Umbanda não realiza, em qualquer hipótese, o sacrifício ritualístico de animais, nem utiliza quaisquer elementos destes em ritos, oferendas ou trabalhos.

A Umbanda não preceitua a colocação de despachos ou oferendas em esquinas urbanas, e sua reverência às Forcas da Natureza implica em preservação e respeito a todos os ambientes naturais da Terra.

Todo o serviço da Umbanda é de caridade, jamais cobrando ou aceitando retribuição de qualquer espécie por atendimento, consultas ou trabalhos mediúnicos. Quem cobra por serviço espiritual não é umbandista.

"Tudo melhora por fora para quem cresce por dentro."

O que a Umbanda tem a oferecer?


Hoje em dia, quando falamos em religião, os questionamentos são diversos. A principal questão levantada refere-se à função da mesma nesse início de milênio.
Tentaremos nesse texto, de forma panorâmica, levantar e propor algumas reflexões a esse respeito, tendo como foco do nosso estudo a Umbanda.

O que a religião e, mais especificamente, a religião de Umbanda, pode oferecer a uma sociedade pós-moderna como a nossa? Como ela pode contribuir junto ao ser
humano em sua busca por paz interior, desenvolvimento pessoal e auto-realização?
Quais são suas contribuições ou posições nos aspectos sociais, em relação aos
grandes problemas, paradoxos e dúvidas, que surgem na humanidade contemporânea?
Existe uma ponte entre Umbanda e ciência (?) _ algo indispensável e extremamente útil, nos dias de hoje, a estruturação de uma espiritualidade sadia.

O principal ponto de atuação de uma religião está nos aspectos subjetivos do “eu”. Antigamente, a religião estava diretamente ligada à lei, aos controles morais e definição de padrões étnicos de uma sociedade _ vide os dez mandamentos
e seu caráter legislativo, por exemplo. Hoje, mais que um padrão de comportamento, a religião deve procurar proporcionar “ferramentas reflexivas” ou
“direções” para as questões existenciais que afligem o ser humano. Em relação a isso, acreditamos ser riquíssimo o potencial de contribuição do universo umbandista, mas, para tanto, necessitamos que muitas questões, aspectos e
interfaces entre espiritualidade umbandista e outras religiões e ciência sejam desenvolvidos, contribuindo de forma efetiva para que a religião concretize um pensamento profundo e integral em relação ao ser humano, assumindo de vez uma
postura atual e vanguardista dentro do pensamento religioso. Entre essas questões, podemos citar:

_ Um estudo aprofundado dos rituais umbandistas, não apenas em seus aspectos “magísticos”, mas também em seus sentidos culturais, psíquicos e sociais. Como uma gira de Umbanda, através de seus ritos, cantos e danças, envolve-se com o
inconsciente das pessoas? Como podem colaborar para trabalhar aspectos “primitivos” tão reprimidos em uma sociedade pós-moderna como a nossa? Como os
ritos ganham um significado coletivo, e quais são esses significados? Grandes contribuições a sociologia e a antropologia podem dar à Umbanda.

_ Uma ponte entre as ciências da mente – como a psicanálise, psicologia – e a mediunidade, utilizando-se da última também como uma forma de explorar e conhecer o inconsciente humano. Mais do que isso, os aspectos psicoterápicos de
uma gira de Umbanda e suas manifestações tão míticas-arquetípicas. Ou será que nunca perceberemos como uma gira de “erê”, por exemplo, além do trabalho espiritual realizado, muitas vezes funciona como uma sessão de psicoterapia em
grupo?

_ A mediunidade como prática de autoconhecimento e porta para momentâneos estados alterados de consciência que contribuem para o vislumbre e o alcance permanente de estágios de consciência superiores. Além disso, por que não a
prática meditativa dentro da Umbanda (?) _ prática essa tão difundida pelas religiões orientais e que pesquisas recentes dentro da neurociência demonstram de forma inequívoca seus benefícios em relação à saúde física, emocional e
mental.

_ Uma proposta bem fundamentada de integração de corpo-mente-espírito.
Contribuição muito importante tanto em relação ao bem estar do indivíduo, como também dentro da medicina, visto que a OMS (Organização Mundial da Saúde) hoje admite que as doenças tenham como causas uma série de fatores dentro de um paradigma bio-psíquico-social caminhando para uma visão ainda mais holística, uma visão bio-psíquico-sócio-espiritual.

_ O estudo comparativo entre religiões, com uma proposta de tolerância e respeito as mais diversas tradições. Por seu caráter sincrético, heterodoxo e anti-fundamentalista, a Umbanda tem um exemplo prático de paz as inúmeras
questões de conflitos étnico-religiosos que existem ao redor do mundo.

_ A liberdade de pensamento e de vida que a Umbanda dá as pessoas também deveria ser mais difundido, visto que isso se adapta muito bem ao modelo de espiritualidade que surge como tendência nesse começo de século XXI. Parece-nos
que a Umbanda há muito tempo deixou de lado a velha ortodoxia religiosa de “um
único pastor e único rebanho”, para uma visão heterodoxa de se pensar espiritualidade, onde ela assume diversas formas de acordo com o estágio de desenvolvimento consciencial de cada pessoa, o que vem de encontro – por exemplo
– com as idéias universalistas de Swami Vivekananda e seu discurso de “uma Verdade/Religião própria para cada pessoa na Terra”. E a Umbanda, assim como
muitas outras religiões, pode sim desenvolver essa multiplicidade na unidade.

_ O resgate do sagrado na natureza e o respeito ao planeta como um grande organismo vivo. Na antiga tradição yorubana tínhamos um Orixá chamado Onilé, que representava a Terra planeta, a mãe Terra. Mesmo que seu culto não tenha se
preservado, tanto nos candomblés atuais como na Umbanda, através de seus outros “irmãos” Orixás, o culto a natureza é preservado e, em uma época crítica em
termos ecológicos, a visão sagrada do planeta, dos mares, dos rios, das matas, dos animais, etc - ganha uma importância ideológica muito grande e dota a espiritualidade umbandista de uma consciência ecológica necessária.

_ O desenvolvimento de uma mística dentro da Umbanda, onde elementos pré-pessoais como os mitos e o pensamento mágico-animista, possam ser trabalhados dentro da racionalidade, levando até mesmo ao desenvolvimento de
aspectos transpessoais, transracionais e trans-éticos dentro da religião. A identificação do médium em transe com o Todo através do Orixá, a trans-ética que deve reger os trabalhos magísticos de Umbanda, os insights e a lucidez
verdadeira que levam a mente para picos além da razão e do alcance da linguagem, o fim da ilusão dualista para uma real compreensão monista através da iluminação, são exemplos de aspectos transpessoais que podem ser (e faltam ser)
desenvolvidos dentro da religião.

_ Os aspectos culturais, afinal Orixá é cultura, as entidades de Umbanda são cultura o sincretismo umbandista é cultura. Umbanda é cultura e é triste perceber o descaso, seja de pessoas não adeptas, como de umbandistas, que
simplesmente não compreendem a importância cultural da Umbanda e da herança afro-indígena na construção de uma identidade nacional. A arte em suas mais
variadas expressões tem na Umbanda um rico universo de inspiração. Cabe a ela apoiar e desenvolver mais aspectos de sua arte sacra.

Essas são, ao nosso entendimento, algumas das “questões-desafios” que a Umbanda tem pela frente, principalmente por ser uma religião nova, estabelecendo-se em um mundo extremamente multifacetado como o nosso. Muito mais
poderia e com certeza deve ser discutido e desenvolvido dentro dela.

Apenas por essa introdução já se pode perceber a complexidade da questão e como é impossível ter uma resposta definitiva a respeito de tudo isso. Muitos
podem achar que o que aqui foi dito esteja muito distante da realidade dos terreiros. Mas acreditamos que a discussão é pertinente, principalmente devido ao centenário, onde muito mais que festas, deveríamos aproveitar esse momento
para uma maior aproximação de ideais e pessoas, além de uma sólida estruturação do pensamento umbandista. Esperamos em outros textos abordar de forma mais profunda e propor algumas idéias a respeito das questões e relações aqui
levantas. Esperamos também que outros umbandistas desenvolvam esses ou outros aspectos que acharem relevantes e caminhemos juntos em busca de uma espiritualidade sadia, integral e lúcida.

"Fernando Sepe''


SORRIA....VOCÊ ESTÁ SENDO IDENTIFICADO!!!!

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Que a força do Amor esteja sempre com você...



Não Acredite em Algo

Não acredite em algo simplesmente porque ouviu. Não acredite em algo simplesmente porque todos falam a respeito. Não acredite em algo simplesmente porque esta escrito em seus livros religiosos. Não acredite em algo só porque seus professores e mestres dizem que é verdade. Não acredite em tradições só porque foram passadas de geração em geração. Mas depois de muita análise e observação, se você vê que algo concorda com a razão, e que conduz ao bem e beneficio de todos, aceite-o e viva-o.


segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

CONTROLANDO O EGO



1 - Deixe de ficar ofendido

O comportamento dos outros não é motivo para ficar retido. Aquilo que o ofende somente o enfraquece. Se estiver procurando ocasiões para ficar ofendido, você as encontrará a cada oportunidade. Este é o seu ego operando, convencendo-o de que o mundo não deveria ser assim. Mas você pode se tornar um apreciador da vida e se equiparar ao Espírito universal da Criação. Você não pode alcançar o poder da intenção ao ficar ofendido. De qualquer modo, aja para erradicar os horrores do mundo que emanam da identificação massiva do ego, mas fique em paz. Como "Um Curso em Milagres" nos lembra: "A Paz é de Deus, você que é parte de Deus, não está no lar, exceto em sua paz. O Ser é de Deus, você que é parte de Deus não está no lar, exceto em sua paz". Ficar ofendido cria a mesma energia destrutiva que o ofendeu em primeiro lugar e leva ao ataque, ao contra-ataque e à guerra.

2 - Libere a sua necessidade de vencer

O ego adora nos dividir em vencedores e perdedores. A busca da vitória é um meio infalível de evitar o contato consciente com a intenção. Por quê? Porque em última instância, a vitória é impossível o tempo todo. Alguém lá fora será mais rápido, mais afortunado, mais jovem, mais forte e mais inteligente, e novamente você se sentirá inútil e insignificante.

Você não é o seu prêmio ou a sua vitória. Você pode curtir a competição, e se divertir em um mundo onde a vitória é tudo, mas você não tem que estar lá em seus pensamentos. Não há perdedores em um mundo onde todos compartilham a mesma fonte de energia. Tudo o que você pode dizer em um determinado dia é que você realizou em um determinado nível, em comparação aos níveis de outros neste dia. Mas hoje é outro dia, com outros competidores e novas circunstâncias a considerar. Você está ainda na presença infinita em um corpo que está em outro dia, ou em outra década, mais velho. Deixe ir a necessidade de vencer, sem concordar que o oposto de vencer é perder. Este é o medo do ego. Se o seu corpo não está atuando de modo a vencer neste dia, ele simplesmente não se importa quando você não está se identificando exclusivamente com o seu ego. Seja o observador, notando e apreciando tudo isto sem precisar ganhar um troféu. Esteja em paz, e corresponda com a energia da intenção. E, ironicamente, embora você quase não o perceba, mais vitórias se apresentarão em sua vida quando menos as perseguir.

3 - Deixe ir a sua necessidade de estar certo

O ego é a fonte de muitos conflitos e desavenças, porque ele o empurra na direção de tornar outras pessoas erradas. Quando você é hostil, está desconectado do poder da intenção. O Espírito Criativo é bondoso, amoroso e receptivo; e livre da raiva, do ressentimento ou da amargura. Liberar a sua necessidade de estar certo em suas discussões e relacionamentos é como dizer ao ego: eu não sou um escravo para você. Eu quero aceitar a bondade e rejeitar a sua necessidade de estar certo. Realmente, eu oferecerei a esta pessoa uma oportunidade de se sentir melhor, dizendo que ela está certa, e lhe agradecer por me apontar na direção da verdade.

Quando você deixa ir a necessidade de estar certo, é capaz de fortalecer a sua conexão com o poder da intenção. Mas tenha em mente que o ego é um combatente determinado. Eu tenho visto pessoas terminarem relacionamentos maravilhosos, apegando-se a sua necessidade de estar certo, interrompendo-se no meio de um argumento e se questionando: "Eu quero estar certo ou ser feliz?" Quando você escolhe o humor feliz, amoroso e espiritualizado, a sua conexão com a intenção é fortalecida. Estes momentos expandem no final das contas, a sua nova conexão com o poder da intenção. A Fonte universal começará a colaborar com você, criando a vida que você pretendia viver.

4 - Deixe ir a sua necessidade de ser superior

A verdadeira nobreza não se refere a ser melhor do que outra pessoa. Trata-se de ser melhor do que você costumava ser. Permaneça focado em seu crescimento, com uma consciência permanente de que ninguém neste planeta é melhor do que outro. Todos nós emanamos da mesma força de vida criativa. Todos nós temos uma missão de compreender a nossa essência pretendida. Tudo o que precisamos para cumprir o nosso destino nos está disponível. Nada disto é possível quando você se vê como superior aos outros. É um velho provérbio, mas, entretanto, verdadeiro: Somos todos iguais aos olhos de Deus. Deixe ir a sua necessidade de se sentir superior, vendo a revelação de Deus em todos. Não avalie os outros com base em sua aparência, em suas conquistas, posses e em outros índices do ego. Quando você projeta sentimentos de superioridade, isto é o que você recebe de volta, levando a ressentimentos, e principalmente, a sentimentos hostis. Estes sentimentos se tornam o veículo que o distancia mais da intenção. Um Curso em Milagres trata desta necessidade de ser especial e superior. A pessoa que se julga especial sempre faz comparações.

5 - Deixe ir a necessidade de ter mais

O mantra do ego é mais. Ele nunca está satisfeito. Não importa quanto você consiga ou adquira, seu ego vai insistir que não há o suficiente. Você se encontrará em um estado perpétuo de esforço para obter, eliminando a possibilidade de nunca chegar. Entretanto, na realidade, você já chegou, e como você optar por usar este momento presente de sua vida, é sua escolha. Ironicamente, quando você deixa de precisar mais, mais do que você deseja parece chegar a sua vida. Desde que você se desligou da necessidade por isto, você achará mais fácil transmiti-lo aos outros, porque você compreende quão pouco você precisa a fim de ficar satisfeito e em paz.

A Fonte universal está contente com ela mesma, expandindo-se constantemente e criando nova vida, sem tentar se apegar as suas criações para seus próprios propósitos egoístas. Ela cria e libera. Quando você libera a necessidade do ego de ter mais, você se unifica a esta Fonte. Você cria, atrai para si e libera, nunca exigindo que mais venha ao seu caminho. Como um apreciador de tudo o que se apresenta, você aprende a poderosa lição de S. Francisco de Assis: "É dando que recebemos." Ao permitir que a abundância flua para e através de você, você se equipara a sua Fonte e garante que esta energia continue a fluir.

6 - Deixe de se identificar com base em suas realizações

Este pode ser um conceito difícil se pensar que vocês são as suas realizações. Deus canta todas as músicas, Deus constrói todos os prédios, Deus é a fonte de todas as suas realizações. Eu posso ouvir o seu ego protestando em voz alta. Entretanto, permaneça atento a esta idéia. Tudo emana da Fonte! Você e esta Fonte são um! Você não é este corpo e as suas realizações. Você é o observador. Observe tudo isto; e seja grato pelas habilidades que acumulou. Mas dê todo o crédito ao poder da intenção, que lhe trouxe à existência e da qual é uma parte materializada.

Quanto menos precisar assumir o crédito pelos seus empreendimentos e mais conectado permanecer às sete faces da intenção, mais estará livre para realizar, e mais se apresentará para você. Quando você se liga a estas conquistas e acredita que apenas você que está fazendo todas estas coisas, você deixa a paz e a gratidão de sua Fonte.

7 - Deixe ir a sua reputação

Sua reputação não está localizada em você. Ela reside nas mentes dos outros. Portanto, você não tem nenhum controle sobre tudo isto. Se falar para 30 pessoas, você terá 30 reputações. Conectar-se à intenção significa ouvir o seu coração e se conduzir baseado naquilo que a sua voz interior lhe diz que é o seu propósito aqui. Se estiver muito preocupado em como será percebido por todos, então você se desliga da intenção e permite que as opiniões dos outros o oriente. Este é o seu ego operando. É uma ilusão que se interpõe entre você e o poder da intenção. Não há nada que não possa fazer, a menos que se desconecte da fonte de poder e se torne convencido de que o seu propósito é provar aos outros como você é poderoso e superior, e gaste a sua energia tentando ganhar uma gigantesca reputação entre outros egos. Permanecer no propósito, desligar-se do resultado, e assumir a responsabilidade pelo que faz, reside em você: seu caráter. Deixe que a sua reputação seja debatida por outros. Ela nada tem a ver com você. Ou como o título de um livro diz: "O que você pensa de mim, não é da minha conta."

ZUMBI: GUERREIRO DA LUZ E LIBERTADOR DE ALMAS!






ZUMBI: GUERREIRO DA LUZ E LIBERTADOR DE ALMAS!
Mensagem do Irmão Zumbi dos Palmares, canalizada por elisangelis em 05.02.2011, às 19h54, em conferência com o Grupo Somos Luz em Ação.


Que a Paz do Senhor Jesus esteja com todos vocês!
Os irmãos da Terra buscam hoje redimensionar as diferenças que foram impostas por Deus e não compreendidas totalmente por nós.

Quando o Senhor da Vida e da Morte mandou para a Terra seres de cores, raças e aparências distintas, quis nos passar um ensinamento que se encontra, principalmente, na compreensão do por quê essa diferença traria algum aprendizado para nós, ou não foi para isso que viemos, não foi para aprender e crescermos?

Logo, quando estabelecemos diferenças acima das que foram ditadas pelo Senhor Deus, estamos contrariando sua vontade, pois o Mestre Jesus veio e subiu ao Golgóta para nos mostrar que SOMOS TODOS UM, e que somente a UNIDADE nos levaria às alturas, onde se encontram as Hierarquias Celestes!

Portanto, quando vocês verificam que há uma diferença entre você e o outro, estão no primeiro momento sendo testados...

Alguns devem estar se perguntando, como assim?

E eu, Negro Zumbi da Região dos Palmares vou lhes dizer:
Quando Deus fez-nos sua imagem e semelhança, ELE quis que refletissêmos sobre quem seria a imagem e semelhança DELE...

E se cada um de nós traz sua raça, sua etnia, sua origem, sua genética particular, isto é para nos mostrar a riqueza das possibilidades que o CRIADOR encontra a sua disposição para que possamos compreender o quanto ELE - o Criador, é multirracial, multiformas e múltiplo em suas características...

A Espécia Humana está classificada como àquela que veio à Terra para vivenciar a DUALIDADE, e a primeira delas é a da sua ESSÊNCIA x ESSÊNCIA DIVINA.

Até aqui tudo bem, o conflito surge quando você acredita que a sua essência é mais DIVINA do que a do outro IRMÃO...aí complica, pois passamos a realizar uma classificação interna que está muito longe da intenção DIVINA.

A Pluralidade das raças demonstra a riqueza de possibilidades que o CRIADOR dispõe para nos AMAR em nossa multiplicidade de aspectos, cores, raças, texturas e condições, ou aqui alguém ainda tem alguma dúvida sobre isso?

Hoje a Humanidade tenta reparar parte dos erros que cometeu no passado, tentando justificar sua ganância em reduzir o número de pessoas com quem dividiria a riqueza produzida por toda uma época, afinal, pensava-se:
QUANTO MENOS HOUVER PARA DIVIDIR, MAIOR SERÁ A FATIA.

Mas, com o tempo, viram que não se torna vantajoso para ninguém acumular riquezas materiais se o Espírito não se eleva com esse crescimento ilusório.

O crescimento material, justo e condizente com o intelecto que avança na busca de soluções para os desafios do desenvolvimento da humanidade, é na realidade, a busca
por si, pelo Sagrado que habita cada um de vocês. Pois, ao final, o que levamos da existência, senão as lições que a vida proporciona?

No entanto, gostaria de lhes chamar a atenção nesse sentido, a existência de inúmeras raças humanas não possui o propósito de colocá-los diante de desafios a serem disputados pela força bruta, não é isto, mas sim compreender que cada um de vocês traz consigo uma riqueza de informações genéticas e de seus arquivos akashicos que devem necessariamente entrelaçar-se para um crescimento mútuo.

O crescimento mútuo é o papel da DIVERSIDADE, e não a competição que surge da comparação negativa que vocês costumavam fazer, não há raças melhores, não há raças mais importantes, não há raças mais sábias, pois na Terra, o que acontece é uma oportunidade única de se vivenciar a DIFERENÇA na igualdade que a experiência da carne proporciona a todos que estão encarnados na Terra.

Abolir os preconceitos e derrubar os paradigmas que trouxeram tantas misérias, guerras, conflitos e tanta confusão no passado, e ainda, no presente, deve ser a BANDEIRA de todo àquele que se dispõe a trabalhar verdadeiramente para a Luz!

Agradeço à Deus pela oportunidade de vir aqui, em nome de Jesus, trazer-lhes algumas idéias do que ainda permeia a causa de tanto sofrimento na Terra, até quando alimentarão as DIFERENÇAS, não basta que o filho diga que SOMOS TODOS FILHOS DO MESMO PAI?

Até quando ferirão os preceitos DIVINOS que pedem para que amem uns aos outros, amando a Deus?


Eu sou Zumbi, da Região de Palmares, hoje Guerreiro da Luz e da libertação das almas presas aos atavismos do sectarismo racial.





Canalização de Elisangelis em conferência com o GRUPO SOMOS LUZ EM AÇÃO em 05-
02-2011

http://vozdaeradeouro.blogspot.com/

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

A Morte do Ego

A Morte do Ego



É a natureza do ego dividir e conquistar.Quando não pode dividir, ele não pode conquistar. O pensamento separa ou une. Pensamentos que separam uma pessoa da outra ou uma idéia da outra obscurecem a sua consciência da unicidade. Pensamentos que ligam uma pessoa à outra ou uma idéia à outra revelam a unicidade.
As idéias podem se tornar oponentes com tanta facilidade quanto as pessoas que as têm. Você acha que pode atacar as idéias das outras pessoas sem atacá-las, mas poucas são as pessoas que não se sentem ofendidas quando suas idéias são atacadas.
As pessoas jamais conseguirão conviver pacíficamente até que suas idéias possam coexistir sem competição. Aceitar as idéias de outra pessoa, mesmo quando não concordamos com elas, é demonstrar respeito e consideração.
Para conviver pacíficamente com as outras pessoas, é preciso que você veja aquilo que liga você a elas e não o que os separa. Ao ver aquilo que os une, você começará a respeitar as diferenças. Se se concentrar naquilo que os separa, você vai tentar eliminar as diferenças.
A tentativa de eliminar diferenças nunca é bem-sucedida. Isso porque as diferenças são saudáveis. E quando são respeitadas, não interferem no potencial para a intimidade nem para as relações cordiais entre as pessoas.
Dê sempre espaço para o outro ser diferente, assim você não evita a intimidade com ele.
Se você sentir que precisa ser como ele para ser aceito ou que ele precisa ser como você para que você o aceite, é porque você está tentando eliminar as diferenças.
Deixe que existam diferenças. Aceite-se como é e aceite o outro como ele é. Assim você tem paz no coração e ele também. Tudo está bem exatamente como é.
Comece a perceber o quanto você tenta mudar os outros para que se encaixem na imagem que você acha que eles deveriam ser. Perceba como os outros tentam mudar você. Sinta a enorme pressão que vem de toda parte. Esse é o mundo do ego.
O ego é a coisa mais insegura do Universo. Por isso ele está sempre tentando tomar partido e defender sua posição. Ele não tem uma confiança nata em si mesmo e, portanto, nenhuma generosidade do espírito.
O ego odeia tudo porque odeia a si mesmo. Toda a sua empáfia não passa de aparência. Deixe-o de lado e você vai encontrar uma ferida aberta.
O ego é a parte de você que não sabe que é amada. Ele não pode dar amor porque não sabe que tem amor para dar.
O que fazer para que a parte não amada e a parte não amorosa encontrem o amor? Esse é o clamor de cada alma em exílio neste mundo.
É preciso ensinar ao ego que ele tem amor para dar. Essa é uma proposição ameaçadora, pois, assim que o ego reconhece que tem amor para dar, ele deixa de ser ego e se dissolve no próprio amor. O ego tem de morrer como ego para renascer como amor.
Agora você sabe por que a maior parte das pessoas resiste ao despertar. A idéia do despertar é apavorante para quem ainda está adormecido. Você fica pensando, "Quando eu despertar, posso deixar de existir!"
Essa é a razão pela qual o medo do despertar e o medo da morte são, no fundo, a mesma coisa. O Eu universal ilimitado não nasce até que o Eu temporal morra.
Então de um jeito ou de outro, a morte virá. Ou você morre - ou você desperta, o que não deixa de ser um outro tipo de morte.
Depois que você despertar, morrer não é nada demais. Você não tem mais uma estimada identidade para perder. Se vai permanecer ou não numa forma física, isso não tem mais importância. De qualquer jeito você está presente.
Morrer é uma das melhores maneiras de aprender a ficar no presente. Se você quiser despertar rápido, tente morrer. Quando você está morrendo, adquire uma consciência das coisas que nunca teve antes. Você fica consciente de cada respiração, de cada nuance, de cada flor, de cada palavra ou de cada gesto de carinho.
Morrer é como um curso intensivo sobre o tema do despertar. Porém, não significa que todos que morrem despertam. Significa apenas que fizeram o curso.
Aqueles que passaram no curso ficam contentes de estar onder quer que estejam. Se isso significa ficar num corpo, que seja. Se for apenas assistir alguém num corpo, tudo bem também.
Realmente não importa para onde você vai, pois você não tem nada para provar. Você está ali simplesmente para ajudar.
Livrar-se de uma identidade sem sentido é um aspecto inevitável do caminho de volta para casa. Quanto menos você tem para defender, mais útil você pode ser. E quanto mais ajuda puder oferecer, mais feliz será a sua experiência.
Eu não iria tão longe a ponto de dizer que morrer é divertido. Mas eu posso dizer que morrer não deixa de ser divertido só porque você ainda está agarrado a um fragmento de autodefinição.
Toda a sua experiência na Terra é um processo de aprendizado para confiar em si mesmo, no seu irmão e em Deus. No momento final do despertar, quando a confiança desabrocha completamente, esses três aspectos do Eu se fundem e se tornam uma coisa só.
Esse momento não pode ser descrito em palavras, mas eu lhe asseguro que você vai viver essa experiência. E até que você a viva, nada jamais fará completo sentido para você.
No Amor Puro e No Serviço Compassivo

Sol Cristal

O QUE É UMBANDA?

O QUE É UMBANDA?


Por Alexandre Cumino



O texto abaixo é parte do conteúdo do livro História da Umbanda publicado em Agosto de 2010, Editora Madras.

Caso queiram repassar fiquem á vontade, peço apenas para não ocultar a fonte.



Definir o que é Religião não é tarefa fácil, definir o que é a Religião de Umbanda é muito mais complexo. Existe uma dificuldade em entender uma religião ainda em formação, na qual os elementos oriundos de outras culturas são, ainda, muito vivos e perceptíveis, o que faz parecer uma simples mistura de fatores diversos. No entanto, como diria Arthur Ramos, não existe religião pura[1], nem na essência e nem na forma, nenhuma outra teve origem diferente, “nada nasce do nada” ou melhor “nada se cria, tudo se transforma”. Novas religiões nascem da necessidade em atribuir novos significados a antigos símbolos, trazendo valores que possam dar um novo sentido a nossas vidas. Símbolos são um patrimônio da humanidade, que transcendem nossas visões individuais e limitadas, exercendo influência subjetiva em quem crê ou não nos mesmos, independente das mais variadas interpretações. Quem percebe que os símbolos são ancestrais, corre o risco de confundir o símbolo (atemporal) com sua interpretação (temporal), estes acabam por declarar que “sua interpretação (temporal) é milenar e ancestral (atemporal)”. Nossas interpretações são religiões, que nascem, crescem, evoluem, envelhecem e morrem, o que fica é símbolo e uma nova religião vai, com certeza reinterpretá-lo. Desta forma a Umbanda renova a interpretação para símbolos diversos; produzindo um novo significado, daí uma nova religião na qual antigos símbolos e novos valores se acomodam assumindo uma identidade única.



Para entender melhor estes símbolos, seus significado e formas pelas quais se acomodam nesta nova religião, nos fazemos a pergunta:



O que é Umbanda?



A pergunta não é nova, desde seu nascimento que procuram umbandistas e não umbandistas responder a esta pergunta. Ao longo destes 100 anos de Umbanda no Brasil, é possível colher diversas respostas, sob diferentes pontos de vista, paradigmas e interesses. A História da Umbanda nos ajuda entender que as diferentes interpretações também são influenciadas por questões regionais, sociais, políticas, econômicas e culturais.



“A Umbanda é um ritual religioso tão grande que

nem que mil mãos escrevessem por mil anos ininterruptos

esgotariam seus mistérios”

Rubens Saraceni. Umbanda o Ritual do Culto à Natureza, 1995.





* “Umbanda é a manifestação do espírito para a caridade”



Caboclo das Sete Encruzilhadas em seu médium Zélio de Moraes (15 de Novembro de 1908)



* “Umbanda é Amor e Caridade”



Mãe Zilméia de Moraes em seus vários depoimentos para a Revista Espiritual de Umbanda, nas comemorações dos 97 anos de Umbanda e nas oportunidades que tive de estar junto dela, sempre foi esta a mesma definição dada para a Umbanda.



* “Umbanda é a Escola da Vida”; “Umbanda é coisa séria, para gente séria”



Caboclo Mirin e seu médium Benjamim Figueiredo (Tenda Mirim, 1924)



* “O objetivo da Linha Branca de Umbanda e Demanda é a pratica da caridade, libertando de obsessões, curando as moléstias de origem ou ligação espiritual, desmanchando os trabalhos da Magia Negra, e preparando um ambiente favorável a operosidade de seus adeptos”



Leal de Souza (O Espiritismo, a Magia e as Sete Linhas de Umbanda, 1933, p.49)



* “Religião Afro-indo-católico-espírita-ocultista”



Arthur Ramos, Antropólogo e etnólogo (Arthur Ramos. O Negro Brasileiro, 2ª ed. Pp.175-76, 1940 e 1ª Ed. em 1934, in, BASTIDE, 1971)



* “Umbanda é, demonstradamente, uma das maiores correntes do pensamento humano existentes na terra há mais de cem séculos, cuja raiz se perde na profundidade insondável das mais antigas filosofias.”



Diamantino Coelho Fernandes em sua tese apresentada no Primeiro Congresso Brasileiro do Espiritismo de Umbanda, O Espiritismo de Umbanda na Evolução dos Povos, como delegado e representante da Tenda Mirim, dia 19 de Outubro de 1941.

* “O Espiritismo de Umbanda é... ao mesmo tempo Religião, Ciência e Filosofia”

Diamantino Coelho Fernandes em outra tese para o Primeiro Congresso, com o tema O Espiritismo de Umbanda como Religião, Ciência e Filosofia, também em nome da Tenda Espírita Mirim, dia 23 de Outubro de 1941.



* “Umbanda é um ritual. Sua finalidade é o estudo e consequentemente a prática da magia.”; “Umbanda é o ritual indispensável à ação do homem no conhecimento de si mesmo e, consequentemente, no desbravamento do Universo, pois o Universo é um reflexo seu.”



Dr. Baptista de Oliveira, em memória apresentada no Primeiro Congresso Brasileiro do Espiritismo de Umbanda, com o tema Umbanda: Suas origens – Sua natureza e sua forma, dia 22 de Outubro de 1941.



* “Umbanda – tanto quanto qualquer outra doutrina espiritualista, alicerça-se nos Mistérios Arcaicos, é uma só e mesma coisa – Iniciação.”



Antônio Flora Nogueira fez esta afirmação durante o Primeiro Congresso Brasileiro do Espiritismo de Umbanda, em 25 de Outubro de 1941, registrado no livro de mesmo nome, p.257. E complementa ainda:

“Conforme tão eruditamente já foi exposto pelo espírito brilhante do operoso trabalhador da ‘Seara de Mirim’, Sr. Diamantino Coelho Fernandes, verifica-se que a lei-doutrina, ou mística, pertinente e inerente aos Mistérios Egípicios, Gregos, Aztecas, ou Incaicos – consiste numa única coisa, variando apenas a sua modalidade ritualística ou escola. Por isso não podemos concordar, quando um autor umbandista, embora culto e inteligente, afirma em seu livro que ‘Umbanda é um sincretismo, ou seja um sistema filosófico-religioso obtido pela fusão de todas as crenças universais’. Ademais, Umbanda existia como organização religiosa-iniciática, algumas centenas de milhares de anos antes da existência de religiões ou cultos organizados. Assim como o Ideal-Religioso-Iniciático foi lançado no continente africano pelos divinos reis ‘Kabirus’ que vieram das terras da Lemuria, de que a África era uma parte, outros divinos reis lançaram, como instrutores, a mesma semente iniciática junto de outros povos ou continentes.



* “Umbanda é espiritismo prático, é Magia Branca, é sessão de espiritismo realizada em mesa ou terreiro, para a prática do bem”



Lourenço Braga, 1941 (Lourenço Braga. Umbanda e Quimbanda. Rio de Janeiro: Ed. Spiker, 1961, 12ª edição, p.68). Nesta mesma obra o autor faz observações interessantes sobre a Umbanda, que merecem nossa citação aqui abaixo:

“Não se deve dizer – ‘Linha de Umbanda’ - , mas sim, - ‘Lei de Umbanda’ - ; Linhas são as 7 divisões de Umbanda.

‘Umbanda’ tornou-se conhecida no Brasil através da colonização africana. Sua significação era a seguinte: - fazer magia, por intermédio das forças invisíveis -, isto é, por intermédio das forças astrais, através de rituais de preceitos, de sinais cabalísticos, de cânticos, de música apropriada e de elementos outros, tais como sejam: - a água, o fogo, a fumaça, as bebidas, as comidas, os animais, objetos apropriados, etc.” p.12

“Essas organizações espirituais, ‘Umbanda’ e ‘Quimbanda’, vêm sofrendo várias modificações, desde a sua existência até à presente época, modificações essas acordes com a evolução dos espíritos reencarnados e com a marcha evolutiva do Planeta Terra. Assim é que, de acordo com as determinações do plano sideral, têm elas atualmente a organização apresentada neste livro (1941), a qual sofrerá ligeira alteração no ano 2.000 e profunda alteração no ano 2.200.” pp.14 e 15

“...Não, caros leitores, não se deixem empolgar e nem arrastar pelas inovações bizarras e nem tão pouco misturem Umbanda com Teosofia, Esoterismo ou Astrologia!” p. 15



Na obra Umbanda e Quimbanda – 2ª Parte, 1955, Lourenço Braga afirma ainda:



Meus irmãos em Deus, tudo no Universo é vibração. Deus é o criador. Ele pensa, mentaliza e cria. A própria matéria é fluido condensado, é a vibração do pensamento Divino que tomou forma, cristalizou-se.

Umbanda é pois uma vibração permanente, emanada da Consciência Cósmica ou pensamento Divino, que penetra no mundo espiritual, obedecendo a uma lei, através de cinco espécies de ondas, em posição vertical, obliqua e horizontal, atingindo assim o Plano Sideral. (p.17)



* “Umbanda – sincretismo de todas as religiões do planeta”



Capitão José Álvares Pessoa, Presidente da Tenda Espírita São Jerônimo, durante a inauguração da Tenda Espírita Santo Agostinho, registrado no livro O Culto de Umbanda em Face da Lei (Rio de Janeiro: Biblioteca Espiritualista de Umbanda – UEUJ, 1944. P.127). Abaixo outras definições de Capitão Pessoa registradas em outra obra (José Álvares Pessoa. Umbanda religião do Brasil. São Paulo: Ed. Obelisco, 1960, p.84 e p.102):

“Umbanda é o milagre vivo diante dos nossos olhos deslumbrados; Umbanda é a ação do Cristo na sua jornada pelo planeta, realizando a magia divina em favor da humanidade que se debate no sofrimento e na dor. Umbanda é magia, e magia é a mola que move este mundo.” “Umbanda é a própria alma do mundo trabalhando em prol da regeneração dos homens.”



* “A UMBANDA é hoje uma religião nacional, bem nossa, bem brasileira.”;



“A ‘Umbanda’ é uma ‘religião-ciência’, resultante da mescla de tradições, conhecimentos, cultos e ritualísticas oriundos do africanismo, do ameríndismo, do catolicismo e do espiritismo.”



Emanuel Zespo (Emanuel Zespo. O que é a Umbanda? Rio de Janeiro: Biblioteca Espiritualista Brasileira, 1946 – 2ª Ed. 1949. p.15 e 26)



Dando seqüência a esta definição o autor ainda explica:

“A Umbanda é uma religião porque possui culto, ritual, sacerdote, oferenda, e tudo quanto uma religião devidamente organizada possui neste ou naquele grau. A Umbanda é uma ciência porque, não se limitando a aceitação cega da imposição ritualística sacerdotal dogmática, indaga, pesquisa, investiga o dito sobrenatural servindo-se dos métodos mediúnicos kardecianos (mesmo quando seus adeptos não conhecem a ‘Terceira Revelação’) e dos métodos mediúnicos de Papus e Elifas Levi (mesmo quando as fórmulas evocativas são diferentes). A Umbanda, tanto quanto o espiritismo é uma ciência de experimentação e passível de evolução em grau que se não pode limitar. E é a Umbanda uma religião verdadeira? Para o católico nenhuma outra religião, além da sua, é verdadeira; e a sua fórmula dogmática é: ‘Fora da Igreja não há salvação’. Entretanto para o estudioso de religião comparada, que, à luz da história das civilizações e da ciência, concluiu que a fonte é uma só, a Umbanda não apenas é uma religião verdadeira como é também um vasto campo de pesquisa teosófica. É, portanto, a Umbanda, como antes dissemos, uma verdadeira religião e uma verdadeira ciência.”



No livro Codificação da Lei de Umbanda (Emanuel Zespo, Rio de Janeiro: Ed. Espiritualista, 1953, p.8 e p.47) o mesmo autor faz ainda outras considerações a cerca do que é a Umbanda, vejamos:

“A Umbanda – tal como surge agora no Brasil – é uma religião nascente, nova, moderna, produto da civilização ambiental; mas, também velha, antiga, remota quanto aos seus preceitos, à sua teogonia... Tanto quanto o Budismo aproveitou quase tudo do Bramanismo, o Cristianismo conservou o melhor do Mosaísmo, assim a Umbanda aproveita, conserva e guarda o que de bom e aproveitável pode haver em todas as religiões do passado. A Umbanda não é apenas uma corrente religiosa: ela é o sincretismo de todas as correntes religiosas, ela guarda os fundamentos de todas as teogonias e resume as bases de todas as filosofias”, “A Umbanda... é uma religião e uma ciência, um tipo de espiritismo religioso do Brasil”.



* “A Umbanda é uma ‘Lei’, que engloba todos os cultos de origem africana e, atualmente, também os de origem ameríndia.”



Oliveira Magno (A Umbanda Esotérica e Iniciática, 1950, p.14), como o autor teve alguns outros títulos publicados coloco abaixo mais duas considerações feitas por ele no título Ritual Prático de Umbanda, 1953, p.12 e 13, afim de complementar sua visão e a evolução do seu entendimento a cerca do que é a Umbanda:

“Podemos considerar a Umbanda na fé e na lei. Se a considerarmos na fé, principalmente de Jesus, temos uma religião; mas se a considerarmos na sua lei, temos uma ciência, porque na lei se pratica a magia, e a magia é considerada em ocultismo uma ciência.”

“Sendo nossas mentes limitadas, não nos é possível atingir ainda o ilimitado e portanto quem quiser saber o que é Umbanda que explique primeiro o que é Deus e a sua origem.”



* “A Umbanda é a Luz Divina, é a Fôrça, é a Fé, ou melhor: é a própria vida”

Aluízio Fontenele (EXU, 1952, Rio de Janeiro: Ed. Aurora)



* “Sem cogitar da etimologia do vocábulo, podemos considerar a Umbanda como a ação organizada contra o erro e a maldade sob todos os seus aspectos, o da magia negra inclusive”



João Severino Ramos (Tenda Espírita São Jorge. Umbanda e seus Cânticos, Rio de Janeiro, 1953, p. 22)





* “Umbanda é uma seita, professada dentro dos cultos afro-brasileiros e dentro dela existem várias nações, como: Omolocô, Keto, Nagô, Cambinda, Angola e outras mais.”



Tancredo da Silva Pinto (O Eró da Umbanda – Ed. Eco – sem data)



* “Umbanda é a banda espiritual que DEUS deu de sua banda ao homem para o esclarecimento do seu espírito na verdade que é a luz e na fé que deu inicio a religião”



Espírito de Francisco Eusébio – “Chico Feiticeiro” – psicografada por sua médium Maria Toledo Palmer (Maria Toledo Palmer. A Nova Lei Espírita Jesus e a Chave de Umbanda, 1953. p.48)



* “Umbanda é Evangelho e Magia. Luz que escapa às limitações. Vibração que percorre os espaços e vence os milênios. Escola magnífica da Ciência Secreta!”

Paulo Gomes de Oliveira (Umbanda Sagrada e Divina, 1953, Rio de Janeiro: Ed Aurora)



* “Umbanda é a Religião ensinada pelos Pretos Velhos e Caboclos de Aruanda”



AB’D ‘Ruanda (AB’D ‘Ruanda. “Lex Umbanda: Catecismo de Umbanda”. Rio de Janeiro: Ed. Aurora, 1954, p.17)



* “Sincretismo Nacional Afro-aborígene, espírita cristão”



Jamil Rachid, 1955 (Definição da Umbanda nos estatutos da União de Tendas, presidida por Pai Jamil, citado por NEGRÃO, 1995. p. 99; a mesma definição consta nos estatutos do SOUESP, Op. Cit. p. 147)



* “A Umbanda auto-representada pelo Congresso é cristã, espírita-kardecista, ecumênica e moralizada.”



Primeiro Congresso Paulista de Umbanda, 1961 (Citado por Lísias Nogueira Negrão, Entre a Cruz e a Encruzilhada, 1995. p.94)



* “A Umbanda é um novo culto brasileiro do século XX, resultante do sincretismo religioso de práticas e fundamentos católico-banto-sudaneses, apresentando algumas fusões ameríndia e oriental, com observância do evangelho segundo o espiritismo, constituídos de planos espirituais evolutivos pela reencarnação. Em síntese: A Umbanda é um culto espírita brasileiro, com ritual afro-ameríndio, enriquecido com alguma liturgia católica”



Cavalcanti Bandeira (O que é a Umbanda. Rio de Janeiro: Ed. ECO, primeira edição em 1961 e segunda edição em 1973, p.36)



* “A Umbanda é um culto espírita ritmado e ritualizado”



Fabico de Orunmilá, citado por Cavalcanti Bandeira na obra O que é a Umbanda, 1961.



* “Umbanda é espiritismo prático é magia branca, é sessão de espiritismo realizada em mesa ou terreiro, para a prática do bem, e foi trazida para o Brasil pelos pretos africanos”



Benedito Ramos da Silva, no livro Ritual de Umbanda, citado por Cavalcanti Bandeira, 1961, p.113.

* “A Umbanda é perfeita. Religião indubitavelmente pura, já que é baseada nas forças da Natureza, a Umbanda é ciência das mais belas, e forçoso é reconhecer que seus princípios filosóficos são um tanto complexos e não são fáceis de uma assimilação geral, até mesmo para seus praticantes mais convictos”



Átila Nunes Filho em Umbanda: Religião-desafio (Rio de Janeiro: Ed. Espiritualista, 1969. p.196) que complementa:

“As opiniões sobre os fundamentos da Umbanda se entrechocam e os exegetas se perdem no labirinto das teimosias, dos pontos de vista inarredáveis, e assim, geram controvérsias que levam os praticantes do culto à duvida constante sobre o que é certo ou que lhes parece incerto.” (p.196)

“ A Umbanda tem sua origem na ‘magia’, ou seja: ‘religião dos magos, ciência superior, sabedoria adquirida em conhecimento e experiências práticas, sensação de harmonia, fascinação, encanto...’ Umbanda não é brasileira nem africana; Umbanda é universal, pois suas pegadas são encontradas em toda parte, desde a criação do mundo.” (p.197)



* “Umbanda é luz que ilumina os fracos e confunde os poderosos, os maus”



Decelso (Decelso, Umbanda de Caboclos, 1972)



* “A Umbanda tanto quanto o Espiritismo, é uma ciência de experimentação e passível de evolução em grau que se não pode limitar”



Primado de Umbanda (Primado de Umbanda, Glossário, p.96. Decelso, Umbanda de Caboclos, 1972, p.23)





* “Umbanda é uma religião espírita, ritmada, ritualizada, euro-afro-brasileira”



Ronaldo Linares (Definição dada em aula, apostilada, por Ronaldo Linares para sua 25º turma de Sacerdotes Umbandistas, 2007. Também consta na sua obra Iniciação à Umbanda, Ed. Madras, 2008, p.52 )



* “Umbanda é o Ritual do Culto à Natureza”;

“Umbanda é o sinônimo de prática religiosa e magística caritativa”



Rubens Saraceni (Umbanda Sagrada, 2001 e Doutrina e Teologia de Umbanda Sagrada, 2003, Ed. Madras, Rubens Saraceni).



* “Umbanda é uma poderosa pajelança urbana”



Edmundo Pellizari (Jornal de Umbanda Sagrada, Julho de 2009)



* “Forma cultural originada da assimilação de elementos religiosos afro-brasileiros pelo espiritismo brasileiro urbano; magia branca" (Do quimbundo, umbanda, ‘magia’)



Aurélio Buarque de Holanda (Novo Dicionário Aurélio, 1986)





* “Se o Espiritismo é crença à procura de uma instituição, a Umbanda é aspiração religiosa em busca de uma forma.” ( p. 33)



Candido Procópio Ferreira de Camargo[2], Sociólogo, dando continuidade à obra de Roger Bastide (Socilogia da Religião), dedicou especial atenção ao “Kardecismo e Umbanda”. Definindo ambas como “Religiões Mediúnicas”, que fazem parte de um “continuum mediúnico”, como uma unidade, que “abarca desde as formas mais africanistas de Umbanda até o Kardecismo mais ortodoxo”.



Sobre a Umbanda ele complementa:



Dificuldade bastante maior apresenta-se na tarefa de caracterizar a Umbanda, pois representa sincretismo sem corpo doutrinário coerente e, pelo menos no momento (lembre-se ele está escrevendo este texto na década de 50), incapaz de se congregar em formas institucionais de certa amplitude.

Do ponto de vista histórico podemos discernir os elementos que integram o sincretismo umbandista:

a) Religiões de origem africana – dos povos Sudaneses e Banto – que vieram para o Brasil como escravos;

b) Catolicismo;

c) Espiritismo Kardecista;

d) Religiões indígenas (pp. 8-9)





* “Interpretei a Umbanda como uma religião heterodoxa...”



Diana Brown (Uma História da Umbanda no Rio in Umbanda e Política, 1985. p. 40)



* “Umbanda é, sobretudo multiforme, um sistema religioso estruturalmente aberto.”



Lísias Nogueira Negrão e Maria Helena Villas Boas Concone (Umbanda: da repressão à cooptação in Umbanda e Política, 1985. p. 74)



* “Umbanda, uma religião brasileira”



Este é o título de tese da Antropóloga Maria Helena Vilas Boas Concone, que foi usado para identificar a nacionalidade da religião, não pretendeu a autora fazer desta afirmação uma definição. Nós é que aproveitamos para lembrar que uma simples afirmação como esta pode vir a ser uma forma de identificação e definição.

Mas longe de resumir em palavras o que é Umbanda a autora afirma:

“Tentar caracterizar a Umbanda é um trabalho ingrato, escorregadio e difícil. Na verdade qualquer tentativa de caracterização absoluta está fadada, de antemão, ao insucesso”

(UMBANDA: UMA RELIGIÃO BRASILEIRA. São Paulo: Publicação do CER. Coleção “Religião e Sociedade Brasileira”, 1987. p.65)



* “A Umbanda seria um código de percepção e ação pelo qual a visão de mundo subalterna da sociedade se elabora e manifesta”



Lísias Nogueira Negrão referindo-se a forma como Bastide e Ortiz interpretavam a Umbanda, nas décadas de 1960 e 1970, respectivamente.



* “A Umbanda é a religião nacional do Brasil”



Afirmações políticas sobre a Umbanda no Segundo Congresso Brasileiro de Umbanda – 1961 (Citado em Manchete 11/61 in Umbanda e Política. p. 27)



Artigos publicados no Jornal de Umbanda e em O Semanário, e em muitas outras colunas e publicações de Umbanda, referiam-se à Umbanda como “uma religião brasileira”, “Umbanda, Religião Nacional do Brasil”, “Umbanda, ideal religioso para o Brasil” (grifo nosso), com freqüentes menções à temática desenvolvida por Gilberto Freire de ser o Brasil o único produto de miscigenação, e a Umbanda a única e verdadeira expressão religiosa brasileira dessa mistura.[3]



* “Umbanda é o grande e verdadeiro culto que os espíritos humanos encarnados, na Terra, prestam a Obatalá, por intermédio dos Orixás. Desse culto participam os espíritos elementais e os espíritos humanos desencarnados.” “Na sua essência e na sua finalidade, a Umbanda é idêntica a todas as religiões do passado e do presente.” “Em resumo, a Umbanda é a Caridade. Nada mais.”

Altair Pinto (Dicionário da Umbanda, Rio de Janeiro: Ed. ECO, 1971. pp. 195-197)



* “A Umbanda é uma religião profundamente ecológica. Devolve ao ser humano o sentido da reverência face as energias cósmicas. Renuncia aos sacrifícios de animais para restringir-se somente às flores e à luz, realidades sutis e espirituais.”

Leonardo Boff, teólogo cristão (Texto O Encanto dos Orixás in Jornal “A Notícia” – Joinvile – SC, 05/12/2009)



* “Umbanda é Brasil”

Jamil Rachid (Documentário Sarava 100 anos de Umbanda, 2009, Chama Produções)



* “Umbanda é religião, portanto só pratica o bem”

Alexandre Cumino (Documentário Sarava 100 anos de Umbanda, 2009, Chama Produções)



* “Umbanda é amor, humildade e caridade.” “Se um centro de Umbanda cobrar, coloque os dois pés para trás e saia correndo, isso não é Umbanda!”

Leonardo Cunha dos Santos, bisneto de Zélio de Moraes (Documentário Sarava 100 anos de Umbanda, 2009, Chama Produções).

Considero importante esta colocação, não apenas por ser uma afirmação do bisneto de Zélio, mas por lembrar que definir o que não é Umbanda faz parte do entendimento daquilo que vem a ser a Religião de Umbanda.



* “A Umbanda é uma semente divina que serve para acolher aqueles que têm mediúnidade”

Rubens Saraceni (Documentário Sarava 100 anos de Umbanda, 2009, Chama Produções)



* “A Umbanda é uma coisa só, ela está dividida em cada um de nós, está em cada um de nós, mas é uma coisa só. Muita gente pergunta: ‘O que é Umbanda Branca, o que é Umbanda Carismática, o que é Umbanda Sagrada?’ Umbanda é Umbanda. Umbanda ainda é amor e caridade, Umbanda ainda é o grito do caboclo, Umbanda ainda é o preto velho no toco” “Umbanda é a religião mais ecológica que nós conhecemos.” “Agente pode dizer que Umbanda é a religião da onipresença divina, porque não há distinção ”

Adriano Camargo (Documentário Sarava 100 anos de Umbanda, 2009, Chama Produções)





* “Umbanda é amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”

Claudinei Rodrigues, Sacerdote de Umbanda (Durante o Primeiro Seminário da Integração do Povo de Santo Para os Direitos Humanos – Câmara Municipal de São Paulo – 23/11/2009). Claudinei explica que embora aceite a definição do Caboclo das Sete Encruzilhadas, necessitamos de uma que fale ao coração de todos os cristãos, como esta que não é sua e sim de Cristo. Esta definição à luz do Cristianismo ajudaria muito a vencer o preconceito que sofremos por parte de alguns seguimentos “neo-pentecostais”.



* “A Umbanda é Paz e Amor, é um mundo cheio de luz, é a força que nos dá vida e a grandeza nos conduz...”

J. Alves de Oliveira (Hino da Umbanda)



* “Umbanda é fazer o bem sem olhar a quem”

Definição popular e de domínio público.

Todas estas definições foram pesquisadas para o livro História da Umbanda, de Alexandre Cumino e Editora Madras.

Definir Umbanda é definir algo vivo e em movimento, é como querer definir o que é o “ser” em toda a sua complexidade.



Segundo Roger Bastide nos encontramos em presença de uma religião a pique de nascer, mas que ainda não descobriu suas formas[4]. É certo que Bastide faz esta afirmação no final da década de 50, sob uma perspectiva dos Cultos Afro-Brasileiros.



Lísias Nogueira Negrão afirma que:



...a identidade umbandista faz-se e refaz-se em função das demandas de diferenciação e legitimação, apresentando-se de forma eminentemente dinâmica e compósita. [5]

Hoje a Umbanda se encontra melhor estruturada, no entanto podemos dizer que ela mantém as características de:



Religião ainda em formação (Roger Bastide), heterodoxa (Diane Brown), dinâmica e sobretudo multiforme, um sistema religioso estruturalmente aberto (Lísias Nogueira Negrão) e diversa, na qual se encontra uma certa unidade na diversidade[6] (Patrícia Birman).



Em tempo, um fenômeno isolado não é Umbanda; Umbanda é Religião portanto existe dentro de um contexto histórico, geográfico, social e antropológico. Podemos dizer, num ponto de vista teológico, que Umbanda pertence a Deus e aos Orixás, quando pudermos definir Deus então, só neste dia, definiremos com precisão o que é Umbanda.

Alexandre Cumino

(Umbanda) não pode ser contida ou apreendida no seu todo por quem quer que
seja. O mais que alguém poderá conseguir será captar partes desse todo...
Umbanda traz em si energia divina viva e atuante,
à qual nos sintonizamos a partir de nossas vibrações

mentais, racionais e emocionais.
Energias estas que se amoldam segundo nosso entendimento de mundo.
Rubens Saraceni. Umbanda – O Ritual do Culto à Natureza. 1995. P. 10



[1] Arthur Ramos. O Negro Brasileiro p. tal

[2] CAMARGO, Candido Procópio Ferreira de. 1961, PP. XII

[3] Diana Brown. Uma História da Umbanda no Rio in Umbanda e Política. p.30

[4] BASTIDE, 1971, p.441

[5] Negrão, 1996 p. 170

[6] BIRMAN, 1985. p. 26

--
"Umbanda é Religião, portanto só pode fazer o BEM !!!"
Alexandre Cumino

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Esclarecimentos....



Saudações na luz de Pai Oxalá!!!!

Queridos amigos,leitores e simpatizantes,recebi o comentário abaixo de um leitor que se identifica com o nome de "Cursos e Concursos"....Esse comentário foi postado num texto que fala a respeito na vida no Umbral....Abaixo segue o comentário na sua íntegra...

""Realmente muito bom. Parabéns pela iniciativa de esclarecer.
* Só tenho uma crítica, pois todos os detalhes que você descreve e posta no seu blog foram retirados com toda a certeza dos livros da Doutrina Kardecista, porque atualmente é a única que investe massivamente em esclarecer o mundo espiritual com livros, palestras, áudios, novelas, psicografias, filmes e etc, há mais de 150 anos.
Portanto, você deveria informar de qual FONTE retirou, pois muitos relatos da esfera astral foram retirados dos livros da série do André Luiz, do livro Violetas na Janela, Memória de um Suicída e muitos e MUITOS outros. Porque é importante também reconhecer e dar mérito para os médiuns da Doutrina Kardequina que é pura, simples, sem preconceitos e sem autoridades, ondo o qual o Mestre é o único Jesus Cristo. Um grande abraço e fique com Deus! ""

Com isso,gostaria de esclarecer aos leitores que muitos dos textos aqui apresentados se baseiam ,sim,em outras doutrinas e ensinamentos ,não só kardecistas ,mas de muitas outras religiões,e, não é o propósito deste blog se dar os créditos dos textos ,mas sim,levar aos leitores conhecimentos e informações de várias fontes que consideramos importantes e que nos auxiliam e muito em nosa evolução....
Quero dizer que somos umbandistas sim,mas respeitamos Todas as Religiões,pois entendemos que todas devem ser respeitadas pois são apenas caminhos diferentes que levam ao mesmo lugar e objetivo:religar-se com o Pai Criador....deixo meu pedido de desculpas ,se em muitos textos não é citada a fonte de origem....pois como já disse,nosso interesse é de levar a essência da mensagem ....e muitas vezes os textos são postados para esclarecer dúvidas dos médiuns aqui do Terreiro e passa desapercebido de mim colocar a origem dos textos...Falta de atenção de minha parte ,pois muitas vezes meu tempo é muito corrido devido muitos afazeres...mas quero deixar claro que respeito todas as religiões e digo que a Umbanda recebeu e recebe até hoje a influencia de muitas religiões e culturas e recebe a todas com amor e carinho....
Temos nossa mente aberta e receptiva para entender e aprender com todas as religiões.
Que bom seria se todas as religiões se respeitassem e se entendessem ,umas aprendendo com as outras...unidas num mesmo ideal....religar-se a Deus Pai Criador....pois as diferenças é que fazem "a diferença"....
Somos todos irmãos...filhos do mesmo Pai/Mãe Criador de tudo e de todos....
O que importa é a essência e não a aparência....mas vou tomar o cuidado de citar as fontes .
Obrigada pela crítica,pois a cosiderei muito construtiva....Fique com Deus!!!!

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

WAGNER BORGES

POR TUDO O QUE SOMOS - E SEREMOS...*


Pelos valores espirituais que esposamos...
Pelo Poder Maior que nos trouxe até aqui, hoje...
Pelos amparadores extrafísicos que nos guiam na senda...
Por nossos sonhos e nossas melhores aspirações conscienciais...
Vamos fazer valer a pena!

Pelas energias de nossos chacras ativados por um Bem Maior...
Pelo brilho das estrelas em nossos olhos...
Por nossos corações e pelo Amor mais lindo de todos...
Vamos fazer valer a pena!

Pelos voos de nossos espíritos...
Pelos Magnos Ideais de Liberdade, Igualdade e Fraternidade...
Por nossos ancestrais e por nossos filhos...
Pelo amor que sentimos...
Vamos fazer valer a pena!

Por tudo o que somos - e seremos...
Pelos nossos melhores potenciais...
Pela Força do Divino em nós...
Pela Luz que anima os nossos corações...
Vamos fazer valer a pena!

Por nossos amigos reais - que são irmãos de jornada...
Por nossos animais de estimação - também irmãos de jornada...
Por aqueles que amamos - e que nos honram com seu amor...
Vamos fazer valer a pena!

Por estarmos aqui, em espírito e verdade...
Por obra e graça de um Grande Amor, que nos arrebatou...
Por causa d’Ele, o Grande Arquiteto Do Universo...
Ah, vamos fazer valer a pena!

P.S.:
Somos espíritos!
E, por todas as nossas relações,
Na Terra, ou no Astral,
Dentro ou fora do corpo,
Vamos fazer valer a pena!
Porque, quando a alma não é pequena, tudo vale a pena!
E viver vale muito...
Então, vamos fazer valer a pena!
E que assim seja!**

(Dedicado aos meus amigos da cidade de Salvador, a bela capital baiana, terra dos Orixás e do Axé, onde sou sempre muito bem recebido.)

Paz e Luz.

- Wagner Borges - neófito da vida e do Todo...
Salvador, 21 de janeiro de 2011.

- Notas:
* Escrevi esse texto dentro de um carro, enquanto me dirigia para o auditório do Hotel Vila Velha, no Corredor da Vitória, em Salvador, onde estava realizando o curso “A Energia dos Animais”. Sob a inspiração do Alto, fiz esses escritos de impulso. E, embora o texto tenha sido direcionado para a turma do curso, penso que sua leitura será útil para outros grupos de estudantes espirituais. Então, estou disponibilizando-o em aberto para todos. E peço ao Alto que permeie essas linhas com aquela Luz Maior, para benefício de todos os leitores.
** Enquanto eu passava essas linhas a limpo, rolava aqui no som o belo CD “Dream Maker” - do tecladista new age inglês Philip Chapman - Importado - England.
Trata-se de um trabalho muito inspirado, excelente para relaxamento, massagem, meditação e momentos de prece e recolhimento.


MANTRAS E DISTORÇÕES

- Por Frank -

Ele foi para a Índia para pesquisar os mantras e cantos devocionais.
Aprendeu que os mantras* eram formados por sons sutis, recebidos no Astral, para abrir certos portais; compreendeu que os cantos, se entoados adequadamente, poderiam levar o fiel aos planos celestiais.
Estudou muito, mais não quis se aprofundar, pois tinha outros planos. E, quando voltasse, ele mesmo criaria uma banda que tocasse as canções e a melodia que tanto o encantara naquele país. E, assim o fez!
Como ele não tinha estudado a fundo, usou os sons que conseguia lembrar e o que não se recordava, adaptou à sua maneira ao som local.
No início, o som parecia quase o mesmo, ele só mudou uma sílaba aqui, outra palavra lá - nada, em sua opinião, que pudesse alterar as portas que aquelas melodias divinas abriam -, nem mudar a sintonia que aquelas palavras celestiais provocavam dentro de quem as entoava.
E fez, assim, do seu som, uma cópia distorcida; e, quanto mais tempo foi passando, mais diferente do original os seus cantos foram ficando.
O povo que ouvia, por não conhecer o original, repetia o canto e, cada vez mais, o mesmo ia se modificando e os levando a diferentes portais.
Os estudantes dos cantos hindus e do sânscrito tentaram lhe avisar: "Cuidado! Esses cantos devem ser entoados da forma correta. Eles foram recebidos lá nos planos mais sutis, e não podem ser alterados; precisam ser cantados com a harmonia certa, pois, do contrário, eles podem levá-lo para planos que parecem ser os mesmos dos cantos originais, mas que não passam de mundos distorcidos, cópias enganosas do real"
Porém, já era tarde; ele não quis mudar o que fizera, e a forma como ele modificara os sons originais permaneceu. O que foi uma pena, pois, se usasse a sua criatividade para estudar mais a fundo os sons originais, ele poderia não só abrir as mesmas portas, mas, também, conhecer os lugares de onde nasce a fonte dos mantras e das canções devocionais, e voltar de lá, com o seu próprio canto e fazer a sua própria música.

- Nota de Wagner Borges: Frank é o pseudônimo do nosso amigo Francisco de Oliveira, participante do grupo de estudos do IPPB e da lista Voadores. Depois de vários anos morando em Londres, ele voltou a residir em São Paulo, em fevereiro de 2005.
Ele escreve textos muito inspirados e nos autorizou a postagem desses escritos.
Há diversos textos dele postados em sua coluna da revista online de nosso site e em nossa seção de textos periódicos, em meio aos diversos textos já enviados anteriormente. www.ippb.org.br - Outros textos podem ser acessados diretamente em seu blog na Internet: http://cronicasdofrank.blogspot.com

- Nota do Texto:
* Mantra - do sânscrito - palavra oriunda de manas: mente; e tra: controle; liberação - Literalmente, significa "Controle ou liberação da mente".
Determinadas palavras evocam uma atmosfera superior que facilita a concentração da mente e a entrada em estados alterados de consciência. Os mantras são palavras dotadas de particular vibração espiritual, sintonizadas com padrões vibracionais elevados. São análogos às palavras-senhas iniciáticas que ligam os iniciados aos planos superiores.
Pode-se dizer que os mantras são as palavras de poder evocativas de energias superiores. Como as palavras são apenas a exteriorização dos pensamentos revestidos de ondas sonoras, pode-se dizer também que os mantras são expressões da própria mente sintonizada em outros planos de manifestação.

Deus das Florestas

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

ENSINAMENTOS DOS ANJOS




A QUALIDADE DA MISERICÓRDIA - Mensagem do Arcanjo GABRIEL - através de Marlene Swetlishoff - 03 a 10, Fevereiro/2011.

Nós gostaríamos de discursar sobre a qualidade da Misericórdia. O que a qualidade da misericórdia abrange? Misericórdia é a habilidade de amar o outro e perdoá-lo, mesmo quando ele lhe feriu de algum modo que é difícil para você perdoá-lo.

Quando aqueles que foram injustos com vocês, demonstrarem arrependimento, fazendo qualquer coisa que consigam fazer para lhes restituir, devido a dor que eles causaram, e vocês demonstrando a eles, bondade, apesar das feridas, isso abrange a qualidade da misericórdia. Junto com ela, a qualidade de compaixão – aquela leveza, aquela ternura do coração também acontece, pois a misericórdia e compaixão andam lado a lado, de mão dadas.

Misericórdia permite que a energia do Amor flua livremente com graça de novo e estabeleça um caminho de cura, das pessoas e da situações.

Misericórdia é um atributo do Amor Superior, Amor Divino, que chega direto da Fonte, do Nosso Criador.

Misericórdia dá dignidade e respeito a todas as almas envolvidas em uma situação desagradável e triste. A partir daí, então, a misericórdia pode alterar as situações em volta por uma melhor, quando ela está presente na intenção e na atitude daquele que foi injuriado.

Misericórdia vem de um lugar representando uma resposta a uma reação e por causa disso, a auto disciplina e auto controle são necessários, como também, a sabedoria deve ser usada sob um ponto de vista superior.

Essa qualidade de Amor deixa passar as transgressões dos outros e vê apenas o que é bom no interior daquela pessoa, com o entendimento que nós todos cometemos erros à medida que nós crescemos, aprendemos e evoluímos para uma perspectiva superior de entendimento.

No interior do coração existe uma grande energia para efetuar mudanças poderosas de crescimento. A qualidade da Misericórdia permite que esse grande poder flua com maior facilidade e graça, tornando assim, a aceitação um pelo outro, acontecer de modo mais fácil.

Frequentemente, a pratica de se imaginar colocando-se nos sapatos do outro, nos ajuda a generalizar o sentimento de misericórdia e compaixão; ensinado-nos que todos nós viemos da mesma Fonte, merecedores de termos outra chance, outra renovação de fé e de Amor.

Amor é a força mais poderosa existente em todos os Universos e quando esse poder é empregado com as qualidades de misericórdia e de compaixão, muitas transformações maravilhosas podem acontecer no interior das pessoas e das situações que as estão necessitando. No sentido de sentir e evocar essas duas qualidades, a pessoa precisa conectar-se com o seu espaço interno no coração e sentir empatia pelo outro.

Frequentemente, o recipiente da misericórdia e da compaixão é transformado e mudado para um Amor Superior, em um sentimento de gratidão, por se estar dando para o outro a chance dele fazer as coisas direito e para ele restaurar a Ordem Divina em sua vida diária.

Aqueles que empregam as qualidade da misericórdia e da compaixão para si e para os outros, pode-se dizer que têm uma evolução maior em seu progresso espiritual, do que aqueles que reagem frente às situações com raiva e que têm necessidade de uma revanche.

Isso lhes leva à Maestria das emoções ao se empregar a Misericórdia em situações dolorosas e requer que ela venha do interior de um lugar onde contenha silencio interior. A prática do silencio interior e da meditação é uma ferramenta de muita ajuda, como também o é, o de se praticar a manutenção do estado de equilíbrio em tais situações de mudanças. Lembrem-se, nós estamos todos juntos nisso, Meus Amados, assim sejam misericordiosos em suas interações uns com os outros, nesses tempos de mudanças.

Ponderem essas qualidades até o nosso próximo Discurso, Meus Amados, e saibam que nós estamos sempre perto para lhes ajudar, tudo o que precisam fazer é pedirem.

 

EU SOU Arcanjo Gabriel

Campânulas azuis se desdobram em sinos de Amor

 Seja como uma campânula, suave na aparência, mas de pétalas firmes que absorve a luz do Sol, da Lua, a força da Mãe Terra e a luz de todas as estrelas, e assim, possui a coragem de florescer neste mundo em meio às forças regressivas que a rodeiam.
Nessa florada, há pensamentos estranhos à sua composição e posição de ser perante os que a observam e criticam. A flor é aberta, mas protegida pelas próprias pétalas em forma de sino, ou seja, a campânula vibra intensamente à Vida que a rodeia e que ela É, porém, se protege com seu manto azul que ganhou da Natureza (Mãe Gaia). A campânula vê tudo que acontece e interage com sua vibração, e aumenta o estado vibracional em conjunto com as outras campânulas nascidas em cachos bem próximos uns dos outros, que ao reconhecerem-se, entram em sinfonia amiga.
A campânula é tão levemente azul que chega a ser lilás e, em muitos casos, violeta, assumindo a coloração da Era de Aquário, a Era da Luz, que se configura no planeta pelos próximos 2000 anos de tempo linear, regida por Saint German. Violeta, a cor da transmutação das energias regressivas em luz e da libertação de nossas consciências do jugo da separação, da ilusão de que somos sozinhos, separados uns dos outros, e, por esse motivo algumas vezes costumamos dizer: “Não temos nada a ver com o que acontece ao outro”. “Ele não sou Eu”. Essa posição separada de sua Verdade que é Una na diversidade da Fonte Cósmica (Deus Pai-Mãe), no início em que é decretada traz certo alívio, partindo da premissa de que Você se sente aparentemente desobrigado. No entanto, essa posição acaba atraindo desequilíbrio à sua Vida, que pode manifestar-se de várias formas, assim como desentendimentos com tudo e com todos, que são situações e sentimentos inferiores à Luz que Você É. Contudo, Você possui o livre arbítrio que lhe possibilita escolher, sendo que a responsabilidade pelo que lhe acontece é Sua.
Então, Você se pergunta: “Mas o que posso fazer diante de tudo o que acontece?” “Sou apenas Um e não posso aliviar as dores de todo mundo!”
E a sua consciência, porque ela existe, sim, reage feito uma persistente campânula azul ao vento, tocando um sininho bem no fundo do coração. É tão fundo, que às vezes Você não se dá conta disso. Parece uma coceirinha na consciência que Você logo esquece e continua a atuar na mesma posição em que está acostumado. Afinal, é temível mudar seu modo de pensar, enquanto “todos” na sociedade pensam e agem assim. Por que hei, justo Eu, ser diferente de “todos”?” “Eu me sinto “bem” e confortável assim.” “Será?!” “Por que não consigo determinar se o que sinto é felicidade mesmo?” A dúvida, bem no fundo, persiste feito um sininho...
Quando essa dúvida surge, é porque o sininho da campânula está se esforçando para ser sentido. É Deus Pai-Mãe tentando lembrar-lhe Sua origem de Luz.
Se Você se presentear com alguns minutos de paz durante o dia, e prestar atenção ao que pensa & sente com relação a tudo que lhe acontece, saberá que muitas vezes Você diz: “estou” em vez de “Sou”.
E Você, querido Ser É Luz, É Amor, É paz, É Harmonia, É Abundância/Prosperidade, É Alegria, É Saúde, É Filho da Luz - da Fonte Cósmica que quer sentir Você em harmonia com os sinos de todas as campânulas, para que enfim possamos tocar a música do Universo, que é AMOR, reconhecendo-nos uns nos outros.
 
Compaixão não é Você chorar junto com o outro para que juntos inundem o mundo que já está por demais alagado com as enchentes e lágrimas de todos. Compaixão é reerguer o seu irmão solidariamente, lembrando-lhe de que ele também é Luz, e que ele pode se levantar sempre que cair. Se não for com as pernas, que seja com o Coração, pois Você estará com Ele, com sua poderosa intenção de fortalecê-lo para vencer, amando os desafios que um dia seu irmão aceitou experimentar nessa Escola que a Terra é, e que agora está mudando de posição, ao ascender para a Era da Luz.
Experimentem Ser uma campânula de suaves vestes azuis violáceas mantendo dourados os pistilos do coração, que vibram feito sinos para a União de Todos para a Instalação Definitiva da Luz no Planeta Azul. Permitam-se sentir a Luz que emana de Vocês...
Em “apenas” ouvir os sinos da campânula, ou a “voz do coração”, porém... Falo daquela voz que lhe faz transbordar de tanto amor vibrando como verdadeiro sino. Isso, já é um dos maiores passos que Você pode dar para ascender junto com o mundo.
Ouça as campânulas azuis tocarem... Depois que Você se acostumar ao ritual da Vida em Luz Você não vai querer mais olhar para trás e vai querer cultivar essas flores cada vez mais neste AGORA, em seu coração, e no coração dos outros, irmãos seus na jornada evolutiva.
Permita-se ser Feliz sendo o que Você É.
Com carinho, e muito obrigada.
Maria Madalena
 Este texto foi inspirado pelo mEu Coração Cósmico; pelos pontos 
de Luz ouro Pink, azul intenso, azul violáceo, prata e verde azulado
http://petalasestelares.blogspot.com/2011/01/campanulas-azuis-se-de...

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Codificação e Codificadores da Umbanda

Codificação e Codificadores da Umbanda
Atualização de 01/02/2011
Por Alexandre Cumino

Olá meus irmãos, coloco abaixo um texto longo embora despretensioso, o tema é polêmico, desde o Primeiro Congresso de Umbanda em 1941 que se discute a “codificação” da Umbanda, e muitas vezes a discussão é acalorada em clima da “busca pela verdadeira verdade da Umbanda” (desculpem o trocadilho, que é valido na medida em que tal busca é um tanto imatura, pois cada um tem a sua verdade e a umbanda apresenta uma pluralidade de formas em sua compreensão diversa). Já há algum tempo venho trabalhando nesta pesquisa indo ao encontro dos diferentes pontos de vista de umbandistas do passado e alguns poucos do presente que tratam do assunto com mais imparcialidade, reflexão honesta e neutralidade de julgamento. Procurei oferecer esta pesquisa porque poucos conseguem se situar dentro desta questão e acabam tomando conclusões precipitadas a cerca deste ou daquele autor/assunto e quando não acabam pensando que a questão é uma novíssima discussão, para o diálogo fraterno na busca de novíssimas soluções para as mesmas perguntas que continuam sem resposta ou com respostas atreladas a este ou aquele seguimento dentro da Umbanda. Procurar novas respostas para velhas perguntas é tão importante quanto novas perguntas para antigas situações, independente da circunstancia estamos exercitando o pensar e o questionar dentro da religião, que enquanto exercício propicia a reflexão constante sobre Umbanda e o Umbandista.

Eu como a maioria de nós umbandistas também não creio que toda a Umbanda possa ser “codificada” ou “unificada” (talvez esta fosse a palavra mais adequada) em uma visão unilateral do TODO, devido a sua diversidade, afinal existem muitas Umbandas dentro de uma mesma Umbanda. Assim como existem muitos cristianismos dentro do Cristianismo e muitos catolicismos dentro do Catolicismo e o mesmo para Judaismo, Budismo, Islã e outros. Da mesma forma a diversidade umbandista é algo natural em religião. Embora não seja possível “engessá-la” num único código há vários códigos de interpretação da mesma, que a definem como Umbanda Branca, Umbanda Tradicional, Umbanda Pura, Umbanda Popular, Umbanda Esotérica, Umbanda Mista, Umbanda Trançada, Umbanda Mística e outras. Usamos parâmetros para identificar ou interpretar o que quer dizer cada uma destas ramificações na multiplicidade dentro da unidade Umbandista ou das várias Bandas do mesmo Um. 

A questão da “codificação” é tema polêmico, comum e recorrente no meio umbandista, o que pode ser verificado por meio da literatura de dentro e de fora sobre Umbanda. O objetivo deste texto é dar uma visão mais ampla sobre a questão e também identificar alguns autores que abordaram a questão ora de forma positiva e ora de forma negativa.


Em 1941 foi realizado o Primeiro Congresso Brasileiro do Espiritismo de Umbanda, onde se reuniram intelectuais umbandistas e principais lideranças da época, os anais do Congresso foram publicados em 1942, no qual observa-se a preocupação em “codificar” a Umbanda, o que foi um dos objetivos deste congresso. Codificar a Umbanda faz parte do projeto de legitimação e legalização da mesma, em uma estratégia para o reconhecimento enquanto religião. A Umbanda, ao lado do seguimento afro-brasileiro em geral, vinha sofrendo perseguições, diferente do espiritismo (kardecismo), que por se tratar de doutrina “cientificamente” codificada por Alan Kardec gozava de uma posição privilegiada frente à sociedade, os congressistas buscam o mesmo status para sua religião, inclusive optando por expressá-la como uma variação daquele, um “Espiritismo de Umbanda”. A busca pela codificação e por aproximar ao máximo a Umbanda do Espiritismo (distanciando de suas influencias africanas) foi uma possível solução para vencer o preconceito e separar o que consideravam ou não Umbanda. Esta se tornaria uma idéia obsessiva para boa parte dos pensadores umbandistas, que viriam nos anos seguintes e enquanto objetivo estaria presente no Segundo e Terceiro Congresso de Umbanda, realizados respectivamente em 1961 e 1973. A exemplo dos Congressos Nacionais também houve um Congresso Paulista com os mesmos ideais igualmente em 1961.

Vejamos algumas passagens deste Primeiro Congresso Brasileiro do Espiritismo de Umbanda:



A IDÉIA DO CONGRESSO
O conceito alcançado entre nós pelo Espiritismo de Umbanda...
(...)Sua prática variava, entretanto, segundo os conhecimentos de cada núcleo, não havendo, assim, a necessária homogeneidade de práticas, o que dava motivo a confusão por parte de algumas pessoas menos esclarecidas, com outras práticas inferiores de espiritismo.
Fundada a Federação Espírita de Umbanda há cerca de dois anos, o seu primeiro trabalho consistiu na preparação deste Congresso, precisamente para nele se estudar, debater e codificar esta empolgante modalidade de trabalho espiritual, afim de varrer de uma vez o que por aí se praticava com o nome de Espiritismo de Umbanda, e que no nível de civilização a que atingimos não tem mais razão de ser [...]


DISCURSO DE ENCERRAMENTO
Pronunciado pelo 1° Secretário da Federação Espírita de Umbanda, Sr. Alfredo António Rego, na reunião de 26 de Outubro de 1941
(...) Tendo estabelecido como pontos fundamentais deste Congresso, a codificação da História, Filosofia, Doutrina, Ritual, Mediunidade e Chefia Espiritual, temos hoje a imensa satisfação de proclamar o pleno cumprimento do programa que nos traçamos, o qual foi executado fiel e rigorosamente, durante as oito noites de nossas reuniões [...]


Aluizio Fontenele, desencarnado em 1952, deixou três títulos publicados sobre Umbanda, no terceiro, A Umbanda Através dos Séculos, provavelmente publicado em torno de 1950, Ed. Espiritualista, faz a seguinte consideração:

A Umbanda será a futura religião que dominará no mundo [...]
A Umbanda a que me refiro, não é essa Umbanda mistificada e misturada com os diversos credos fetichistas de hoje conhecidos no Brasil inteiro. Será uma Umbanda codificada, uma Umbanda pura, na qual se aproveitará de todas as religiões existentes na terra, somente aquilo que for sublime e perfeito. [...] (p.92)

A CODIFICAÇÃO DA UMBANDA
TRABALHOS FILOSÓFICOS E DOUTRINÁRIOS

Há muito se fala em uma codificação na LEI DE UMBANDA; entretanto, quem lançará a pedra fundamental?... Quem se atreverá a arcar com a enorme responsabilidade que atrairá para si a ira dos potentados das inúmeras religiões que dominam o mundo inteiro? Sim, aquele que se atrever a isso, lutará com todas as dificuldades possíveis e imagináveis, contra todos e contra tudo [...]
Quando falo em codificação da UMBANDA, não me refiro ao aglomerado que se possa fazer entre algumas tendas espíritas, sujeitas a um determinado “centro” que as possa dirigir. Não é nada disso. A CODIFICAÇÃO a que me refiro, é uma luta tremenda que se terá que realizar em torno de milhares de “centros”, “tendas”, “terreiros”, “templos”, etc., com a finalidade de separar o “joio do trigo”, unificando-se todas as interpretações espíritas em torno de um só poder, de uma só ORDEM, sendo essa ordem incontestavelmente UNIVERSAL. [...] (P.96)

COMO COMEÇARIA EU A CODIFICAÇÃO DA LEI DE UMBANDA

Em primeiro lugar, reunindo em local amplo e espaçoso, adrede preparado, uma legião de médicos, cientistas, literatos, etc., inclusive chefes de centros kardecistas, de Umbanda e mesmo da Quimbanda, bem assim, como todo aquele que de fato se julgar um verdadeiro “MEDIUM”, e, fazendo-se uma sessão espírita sob a direção de um único homem capaz de dirigi-la, obter-se-ia das entidades máximas que baixassem, uma orientação precisa para a regulamentação dos primeiros pontos básicos a serem estudados. [...] (p.99)





Yokaanan, Chefe Espiritual da Fraternidade Eclética Espiritualista Universal, publica Evangelho de Umbanda, em 1951. Apresenta nesta obra uma elaboração do que é e como se praticar a Umbanda, desde como se vestir até a forma de construir e organizar o templo:

[...] os Senhores Jaime Madruga – Presidente da nascente “União Espírita de Umbanda” e Dr. Heyder Siqueira Gomes – médico, os quais me convenceram e nos declararam, baseados numa “enquête” realizada a respeito, que o Brasil inteiro e, quiçá o mundo, esperam nossa palavra, precisam de saber a verdade sôbre UMBANDA, conhecer o seu código legítimo, segundo as leis morais, evangélicas e os preceitos divinos contidos em seus mistérios [...]

Talvez amanhã mesmo, quem sabe, uma vez a lume se encontrem estas verdades que afirmamos de pé, nossas palavras não agradem também aqueles mesmos que nos convenceram para escrevê-las... uma vez que venham contrariar o gosto pela aceitação daquilo que elas desaconselham, mesmo contra o prazer da maioria [...] (o convite havia sido feito 15 anos antes, 1936, nota nossa)

Aconteceu exatamente o que prevíramos. (agora na 4 edição em 1961) As mesmas comitivas e Delegações que nos procuraram para confirmarem e aplaudirem o apelo da primeira comitiva que considerou a Fraternidade Eclética e o Mestre Yokaanam a autoridade competente para legislar tal codificação, voltaram-se todos contra o Mestre e logo improvisaram pela imprensa uma codificação às pressas através do jornal “A Noite”...


Emanuel Zespo, autor umbandista, em torno de 1950, publica o título Codificação da Lei de Umbanda, Ed. Espiritualista. O autor dedica este livro atenção total à “codificação da Umbanda”, vejamos algumas passagens:

Escrevemos para o umbandista e para o não umbandista.
Ao primeiro fornecemos os argumentos científicos com os quais ele poderá justificar ao mundo a razão de ser da Umbanda. Ao segundo damos explicações claras do que é a Umbanda [...]

Eis porque, a seguir, damos à publicidade, sob o título “Diretrizes”, as sugestões que apresentamos à Federação de Umbanda.
Está quase tudo por ser feito.
Lutemos, pois, e comecemos pela Codificação.
Comecemos pela Codificação na parte Científica e na parte Ritualística; mas não esqueçamos que a base da parte moral é confraternização de todos os umbandistas. (pp.8-11)

Oliveira Magno, autor umbandista, em 1951, na Nota Final de seu título Práticas de Umbanda diz muito apreciar Emanuel Zespo por tentar fazer a “Codificação da Umbanda”, e em 1952, publica Umbanda e Ocultismo, Ed. Espiritualista, no qual faz as considerações abaixo:

Na nossa obra “A Umbanda Esotérica e Iniciática”[1] apelei para os escritores que escrevessem uma obra para a grandeza da Umbanda, mostrando o que ela tem de religioso, filosófico e científico; pois bem, se realmente os que me seguiram tentam corresponder ao nosso apelo houve um que por vaidade e pretensão, querendo fazer obra pessoal, tenta desfazer as obras dos outros e tudo quanto sobre a Umbanda se tem escrito. E a vista disso, mais uma vez apelo para todos os escritores e homens de boa vontade, que escrevam obras cujo fim seja, para a grandeza e elevação da Umbanda.
Não vamos querer na nossa vaidade e pretensão nos mostrar mais sábios e mais conhecedores da Umbanda do que os que anteriormente nos precederam tentando fazer obra nossa quando a verdade é que todos contribuem com o seu material para a construção do grande edifício que é a codificação da Umbanda.


Samuel Ponze em 1954, logo no prefácio de Lições de Umbanda, faz referência ao “Codificador primeiro”, Emanuel Zespo:

Não cabia a nós o direito e o dever de escrever este pequeno Manual de LIÇÕES DE UMBANDA. Os verdadeiros pioneiros da Umbanda no Brasil é que deviam tomar a si  tal encargo e mormente o Codificador primeiro da Doutrina Umbandista, Emanuel Zespo.[2]

Em 1961, no Maracanãzinho, Rio de Jeneiro, com a presença de milhares de umbandistas, incluindo representantes de dez estados e vários detentores de cargos públicos de nível municipal e estadual; foi realizado o II Congresso Nacional da Umbanda. No mesmo ano e a exemplo deste, as federações paulistas, lançaram, sob o comando do Cel. Nelson Braga Moreira, o I Congresso Umbandista do Estado de São Paulo, ambos com intenções claras de codificar a religião, deste congresso, nasceria o SOUESP (Superior Órgão de Umbanda do Estado de São Paulo) como sugestão do II Congresso Nacional. O SOUESP agremiando as principais federações do Estado e encampando os ideais congressistas se apresentaria até os dias de hoje como órgão representativo máximo e legítimo da Umbanda no Estado[3].

Lísias Nogueira Negrão, sociólogo, um dos maiores estudiosos da sociologia de Umbanda, apresenta algumas considerações interessantes sobre estes Congressos e sobre codificação em seu título Entre a Cruz e a Encruzilhada, 1996[4]:

É nesse clima que se anuncia a realização do II Congresso Brasileiro de Umbanda: “Para elaborar o código que orientará a feitura da carta sinódica de Umbanda [...] p.88

A mesa foi composta com a participação dos deputados estaduais Átila Nunes (RJ) e Moab Caldas (RS), do bispo dom José Aires da Cruz, da Igreja Católica Brasileira, além de líderes umbandistas [...]

Finalmente, foram aprovadas quinze resoluções, dentre as quais a primeira e mais importante se propunha a
Promover a codificação da Doutrina Umbandista em todos os seus aspectos [filosófico, científico e religioso] inclusive a uniformização do ritual e atos litúrgicos [...]
A única providência concreta nesse sentido foi a constituição de um grupo de quinze membros que no prazo de seis meses deveria elaborar a Carta Sinódica da Umbanda, a ser debatida em congresso extraordinário a ser realizado em abril de 1962 em Porto Alegre. A Comissão Codificadora deveria iniciar seus trabalhos no dia 16 de agosto do então corrente ano de 1961 [...] p.89

Entre os objetivos do Primeiro Congresso Paulista estava:

Cooperar no trabalho de Codificação Doutrinária do Culto, incluindo ritual e liturgia, auxiliando dessa forma a Comissão Nacional de Codificação [...] p.92

Os resultados do I Congresso Paulista, Direcionados pela estratégia acima, chegaram a um total de dezoito resoluções... Resolveu-se transformar a comissão organizadora em Comissão Permanente, com o objetivo de

... elaborar substancial trabalho sobre a Codificação do culto de Umbanda afim de ser oportunamente apresentada à Comissão Nacional  de Codificação ou ao congresso extraordinário[...]

Paulo Gomes de Oliveira em 1957, no título Umbanda Sagrada e Divina:

“Umbanda é uma escola de doutrina secreta (doutrina da alma), e como tal,
Possui como todas as demais o seu código de leis que noventa por cento dos umbandistas
Jamais procurou conhecer porque não estudam e não investigam.”P. 86



WW da Mata e Silva, autor umbandista, publicou seu primeiro título em 1956, Umbanda de Todos Nós na qual fala em unificação, mas em seus outros títulos acaba como boa parte dos autores umbandistas abordando o tema codificar/codificação:

Umbanda de Todos Nós

Mas, é imperioso que, nos tempos atuais, haja uma unificação de PONTOS-DE-VISTA e se coordene uma defesa comum aos ideais e aos Princípios da Religião de Umbanda, que não deve continuar sendo chafurdada [...]

...quando não se formam 'colchas de retalhos' de rituais de uma e outra religião, devem estes umbandistas sentir a necessidade premente da uniformização de regras e sistemas, para que sejamos 'viventes de fato e de direito, dentro de normas póprias e reais expressões religiosas."

Urge que se faça uma “Declaração de Princípios” a todo MEIO Umbandista, firmada pelos expoentes das Tendas e Cabanas interessadas, onde se exponham, com clareza e precisão, certas regras e sistemas que venham a servir como “pontos de identificação” a uma verdadeira Casa de Lei de Umbanda.[5]

Mistérios e Práticas na Lei de Umbanda:

Perguntaram o que penso sobre o II Congresso de Umbanda, realizado há anos no Maracanãzinho e se dessa vez vão mesmo “codificar a umbanda”...

Resposta: De fato houve esse Congresso. Entretanto não creio cheguem codificar a Umbanda, mesmo que tenham nomeado para isso imponentes membros, entre doutores etc.

A Umbanda, meus irmãos, já está codificada há muito tempo e eles sabem disso...[6]  

Já no título Segredos da Magia de Umbanda e Quimbanda o autor é categórico:

A Umbanda de alguns anos para cá foi enriquecida com uma vasta literatura, por onde se constata que ela pode ser codificada a qualquer momento, bastando para isso que a escolha seja feita por dentro do que há de mais certo e de mais interno.[7]

Umbanda e o Poder da Mediunidade :

Leal de Souza, poeta, jornalista e escritor, foi o primeiro umbandista que enfrentou a crítica mordaz, ostensiva e pública, em defesa da Umbanda do Brasil [...]

Ele o fez numa época que era quase um crime de heresia se falar de tal assunto. Foi também o precursor de um ensaio de codificação, ou melhor, foi o primeiro que tentou definir, em diversos artigos, o que era a Umbanda ou o que viria a ser no futuro esse outro lado que já se denominava de linha Branca de Umbanda [...][8]

Dissemos também que Leal de Souza foi um ensaísta de uma espécie de Codificação, pois já naquele tempo ele tentava classificar (segundo o entendimento que tinha na época) as 7 linhas da Umbanda Branca, sintetizada em Santos da Igreja Católica e ainda dissertava a sua Magia... Isso pode ser comprovado no “Mundo Espírita”, um jornal lá do Paraná, que o entrevistou, sob o título de “Espiritismo, Magia e as Sete Linhas de Umbanda”, no ano de 1925. [...][9]

Diante do exposto e da leitura de sua entrevista, ficou bem clara essa “entrevista-arquivo” de Leal de Souza. Antes dele ninguém havia dito nada sobre a Linha Branca de Umbanda etc., etc., etc... Todavia, existem certos setores umbandistas que pretendem dar particularidades especiais na história ou nas origens da Umbanda do Brasil, doutrinando que: _ quem levantou o termo Umbanda pela primeira vez e “codificou” a dita Umbanda foi o Caboclo das Sete Encruzilhadas...



Cavalcanti Bandeira, autor umbandista. O que é a Umbanda, Ed. Eco, 1973:



CODIFICAÇÃO DA UMBANDA

Apresentamos o trabalho sobre a palavra Umbanda porque não era possível que se praticasse um culto, sem definir a origem etimológica e o significado original da palavra, em virtude de ser ponto básico definindo o sentido religioso. Nesse Congresso[10], fomos indicados para integrar a “Comissão Nacional de Codificação do Culto de Umbanda”, e realizando-se a primeira reunião da comissão em São Paulo, fomos escolhidos para o cargo de Relator de Religião que, se foi uma confiança depositada pelos codificadores, acarretou maiores encargos e responsabilidades pela extrema seriedade e profundidade do assunto.
Tivemos grande empenho para realizar as tarefas, que não foram complementadas no tempo previsto, de modo que proposto o III Congresso Brasileiro de Umbanda, para o ano de 1973, no Rio de janeiro, fomos designados para presidir a Comissão Organizadora de tão importante conclave, que, no mesmo sentido, é mais uma busca de codificação dos cultos e união dos umbandistas [...]

Confirmando essa preocupação dominante, os umbandistas reuniram-se no Rio de Janeiro, em 1941, no I Congresso Brasileiro, quando iniciaram uma sistemática de codificação, ampliada com a realização do II Congresso, em 1961, a qual foi uma constante no temário do III Congresso Brasileiro de Umbanda, em 1973, pela preocupação máxima das federações em obter uma estruturação administrativa e religiosa, como se evidencia no lema adotado: “Organizar para unir”
Surgiu em 1953, um livro de Emanuel Zespo, intitulado “Codificação da Lei de Umbanda” que apesar de insuficiente, demonstra a preocupação permanente dos sinceros [...] (op.cit. p.22)

O futuro exige a codificação para a Umbanda como culto organizado, e não se tumultuarem os seguidores pelas contradições de ensinamentos desordenados; nessa época de conhecimentos científicos, em que tudo deve ser explicado à luz da razão.
[...] A codificação se impõe, especialmente visando aos que abusam da credulidade alheia [...]

Dando uma apreciação de síntese, visamos principalmente a Codificação do Culto de Umbanda, mas na certeza de que o pensamento codificador se processará lentamente [...]

Roger Bastide, francês, professor da Sorbone e pioneiro de sociologia da religião no Brasil, registrou a questão da “codificação” em sua obra prima, As Religiões Africanas no Brasil, publicada pela primeira vez em 1960, na França:

[...] nos encontramos em presença de uma religião a pique de nascer, mas que ainda não descobriu as suas formas; ao ponto de, ao procurar uma solução na “codificação” de suas regras pelas “tendas federadas”, essas próprias federações (agora se contam 4 no Rio) lutarem entre si; e ainda se sonha estabelecer um mínimo de ordem e coerência...[11]

Renato Ortiz, sociólogo que defendeu tese de doutorado em Paris, 1975, sobre a Umbanda, teve como orientador Roger Bastide, Sua tese foi publicada em 1978 pela Editora Vozes, na qual observamos:

Com efeito, esta necessidade interna de codificação aparece desde as origens da Umbanda; ela domina as preocupações dos participantes do congresso de 1941, permanecendo ainda hoje um ideal a ser atingido [...]
Se não existe até o momento um código definitivo, aceito unanimemente pelos umbandistas, não é menos verdade que a codificação e unificação religiosa permanece um ideal constante para as diferentes tendências [...]
Nesses terreiros até mesmo a  hierarquia e as relações entre os participantes podem ser codificadas ao extremo. Um exemplo disso são as apostilas da Tenda Mirim [...][12]


Patrícia Birman, antropóloga, no título O que é Umbanda[13], 1985, afirma:

A Umbanda mais praticada, que se dissemina sem nenhum controle, é essa – misturada, que não dá importância à pureza, seja esta de cunho moral, com a pretensão de impor códigos doutrinários, seja de caráter ritual [...]

As tentativas de “codificação” da Umbanda, no sentido de homogeneizá-la, partem geralmente dos setores mais intelectualizados.

A mesma autora em Umbanda e Política, 1985, desenvolve mais o tema:

A “doutrina” e a “codificação” em grande parte era vista como uma ação pedagógica contra coisas que escapavam da religião por serem fruto não de divergências mas de “ignorância” e “falta de cultura”. Mas, se este viés era o dominante nem por isso se abria mão da tentativa de “codificar” em algumas áreas “carentes” onde é evidente a falta de rituais – como ritos fúnebres na Umbanda, ritos de batismo, casamento. 

Ronaldo Linares, autor umbandista, Sacerdote e Presidente da Federação Umbandista do Grande ABC (Fundada em 1972) e o Pr. Dr. Diamantino Fernandes Trindade, Historiador e autor umbandista, publicaram o livro Iniciação à Umbanda na década de 1980. O mesmo livro foi relançado recentemente, 2008, Ed. Madras, encontramos na obra um capítulo intitulado A Codificação da Religião Umbandista, do qual transcrevo algumas passagens abaixo:  

Notamos ainda hoje, em virtude da falta de codificação da religião umbandista, já que é uma religião nova (99 anos de existência), que muitas tendas apresentam um ritual indefinido [...]

A falta de cultura da maioria dos diretores espirituais retarda a codificação da Umbanda. Muitas vezes o fator determinante para esse retardamento é a mentalidade fechada desses chefes de terreiro, por causa da ausência de cultura [...]

Talvez o tempo possa permitir uma codificação, abrindo uma nova mentalidade dentro da religião [...]

Vários seguimentos da religião umbandista vêm tentando uma codificação para todos os rituais. A Federação Umbandista do Grande ABC instituiu um conselho de culto que padronizou todos os seus rituais, trabalhos e sacramentos. As suas tendas filiadas seguem, na medida do possível, essa padronização [...]

A codificação se for necessária, virá com o tempo [...] (pp. 61-62) 


Mestre Itaomam, discípulo de W.W. da Mata e Silva, em 1990, publica o título Pemba – A Grafia Sagrada dos Orixás, Ed. Thesaurus, Brasília:

Finalmente, dia virá em que despontará o Codificador que há de dar uma forma final à Umbanda, mas talvez nesse dia, o seu trabalho já tenha sido facilitado por todos aqueles que o precederam e que não se recusaram a dar suas contribuições, enquanto a Obra Final ainda é considerada uma salada religiosa. (pp.17-18)

Obs.: No texto de Itaoman nos parece que a Umbanda está “grávida de um codificador”, que com o tempo vai criando um estereótipo e uma expectativa do mesmo.

Rubens Saraceni publicou um conjunto de quatro livros ( Doutrina e Ritual de Umbanda, Magia de Umbanda, Orixás: Os Tronos de Deus e A Ciência dos Orixás ) num único “livrão” intitulado Código de Umbanda no qual afirma, logo na apresentação do mesmo:

Muitos devem estar achando pretensiosa a obra que ora chega às suas mãos, caro leitor, e nós até entendemos o ceticismo e a inquietação que deve despertar uma obra como esta [...] Mesmo nós... ponderamos acerca do efeito psicológico de se usar um título com o “peso” de um termo como este: “código” [...]  achávamos uma temeridade utilizar esse termo, pois a intenção nunca foi ferir suscetibilidades, e parecia-nos muito provável que isso ocorresse [...] Mas os Mestres (espirituais) insistiam no termo e, aos poucos, apresentavam desdobramentos do tema original (“A Ciência dos Orixás”) [...] O resultado foi um conjunto de temas e assuntos tão abrangente que, se não representava formalmente um “código religioso”, tratava-se no mínimo , de uma “codificação” extensa de vários pólos relativos aos fundamentos do Ritual de Umbanda Sagrada, tanto ao nível de sua estruturação no astral quanto de consciência religiosa e práticas rituais [...] Código de Umbanda não é, portanto, um código no sentido de “um conjunto de regras”, mas sim no sentido de “um conjunto de conhecimentos, conceitos e preceitos” [...]

Sendo este “Código de Umbanda” o nome dado a um conjunto de 4 livros, o tema “Código” não é abordado no conteúdo do mesmo, já que cada livro possui tema definido, fica claro que “Código de Umbanda” é apenas um título que dá sentido de ser a um conjunto de informações organizado sobre Umbanda.

No título Tratado Geral de Umbanda, Rubens Saraceni apresenta um texto sobre As Sete Linhas de Umbanda, no qual cita codificação como vemos:

Pai Benedito de Aruanda e mestre Seiman Hamiser yê, de fato, revolucionaram o repetitivismo até os anos 90 do século XX e deram início à abertura dos mistérios da Umbanda e a uma codificação ampla e ilimitada, pois nas sete vibrações divinas estão todos os Orixás, nas sete linhas cabem todos eles [...]
Esperamos que novos autores umbandistas venham a aceitar e aderir a nossa codificação de sete linhas bipolarizadas [...][14]

Aqui o autor está falando de uma nova forma de compreender as Sete Linhas de Umbanda, em que codificação aparece, dentro de uma linha de raciocínio toda voltada ao tema, que é título, As Sete Linhas de Umbanda. O tema “código” e “codificação” é praticamente inexistente na obra de Rubens Saraceni, quase 60 títulos publicados.
Por conta da publicação do livro “Código de Umbanda” e esta passagem sobre a “codificação” das Sete Linhas de Umbanda, alguns umbandistas trataram do assunto (código ou codificação) como se fosse uma novidade. E encontraram “brecha” para criticar, de forma pejorativa tentam desclassificar o autor, Rubens Saraceni. Imputando ao mesmo a intenção de “codificar a Umbanda”, dando a entender que o mesmo tem objetivo de dominá-la, como se isso fosse possível... Desavisados ou mal intencionados; desavisados por desconhecer a História da Umbanda ou mal intencionadas em sua tentativa de manipular a opinião de terceiros no meio umbandista.

Norberto Peixoto, nosso irmão na fé e autor de alguns títulos de Umbanda publicados pela Editora Conhecimento também apresenta um comentário sobre codificação em seu texto “Codificando a Umbanda?”, disponível no site http://choupanadocaboclopery.blogspot.com/2011/01/codificando-umbanda.html que expressa o que pensa a maioria de nós sobre um Código que possa encaixotar todas as diversas formas de Umbanda:

A Umbanda é uma religião absolutamente aberta que tem inúmeras diferenças de interpretação, que variam de região para região, de terreiro para terreiro, de sacerdote para sacerdote. A Umbanda não tem e nunca terá uma codificação ou um codificador. A Umbanda não tem uma bíblia, um livro sagrado, um poder central ou um Papa do saber. A Umbanda não tem uma instituição que prevaleça sobre as demais e que estabeleça normas ou formas de culto que engessem a liberdade ritual de cada terreiro e sacerdote....
Assim parece que a maioria dos Umbandistas da atualidade crê na impossibilidade de um único código unificador para todas as vertentes, no entanto é fato que existem muitos “códigos de interpretação” para este ou aquele seguimento, fazendo crer que a visão particular de cada um também passa, inevitavelmente, a ser o seu “código particular” de interpretação da Umbanda, uns mais abrangentes, outros nem tanto. Existem muitos autores e seguimentos que apresentam sua forma de pensar e fazer Umbanda ao qual é aceito por alguns como “verdade absoluta”. Se é impossível um código que dê conta de todas as Umbandas, no entanto há muitos “códigos” para a compreensão de muitas Umbandas, use ou não o termo.

Código ou codificar é mais que um problema de dominação dentro da Umbanda e sim uma questão de linguagem e interpretação do significado que se dá para as mesmas.

O que faz com que Umbanda seja Umbanda, o que há de incomum nas várias vertentes, o que é o UM presente em todas as BANDAS. Que base é esta que permeia todas as vertentes?

Como nós identificamos o que é Umbanda? Simplesmente porque em nossas almas e espírito está definida uma base de fundamentos que a define como tal. Podemos tranquilamente dizer que existe um “código de base”, um “código” não escrito de Umbanda, que é em si a unidade já a muito “codificada” por Zélio de Moraes e o Caboclo das Sete Encruzilhadas, no qual identificamos o primeiro terreiro de Umbanda que se tem notícia. São suas as palavras que podem ser consideradas a máxima de Umbanda: “Umbanda é a manifestação do espírito para a prática da caridade”; “Com quem sabe mais aprenderemos e a quem sabe menos ensinaremos, a ninguém vamos dar as costas”.

E para fechar invoco as palavras de Ramatis psicografadas por Hercilio Maes no título Missão do Espiritismo:

[...] (A Umbanda) Não apresenta uma unidade doutrinária e ritualística conveniente, porque todo “terreiro” adota um modo particular de operar... (p.130)
[...] Apesar desta aparência doutrinária heterogênea, existe uma estrutura básico fundamental que sustenta a integridade da Umbanda, assim como um edifício sob a mais flagrante anarquia dos seus moradores mantém-se indestrutível pela garantia do arcabouço de aço! (p.131)
Da mesma forma, o edifício da Umbanda, na Terra, continua indeformável em suas “linhas mestras”.
[...] Os mentores da Umbanda, no momento, preocupam-se em eliminar as práticas obsoletas , ridículas, dispersivas e até censuráveis, que ainda exercem os umbandistas alheios aos fundamentos e objetivo espiritual da doutrina. Sem dú­vida, uns adotam excrecências inúteis e abu­sivas no rito e características doutri­nárias de Umbanda, por ignorância, alguns por ingenuidade e outros até por vaidade ou interesse de impressionar o público! Inúmeras prática que, de inicio, serviram para dar o colorido doutrinário, já podem ser abolidas em favor do progresso e higienização dos “terreiros”!(p.132)
                                                                                                                               
MAES, Hercilio. Rio de Janeiro: Ed. Freitas Bastos, 1996. 6ª ed. P.130-132
CONCLUSÃO

Vejamos agora duas definições importantes para a conclusão desta pesquisa, que como tantas outras idéias a cerca da Umbanda são freqüentemente plagiadas pelas “mentes criativas”, que trazem como novidade as idéias alheias, portanto, atentemos sempre aos créditos dos autores e pesquisadores de umbanda:

Primeira:
Patrícia Birmam, em 1985, afirma, sobre a Umbanda que há, pois, uma certa unidade na diversidade[15].

Segunda:
Lísias Nogueira Negrão e Maria Helena Vilas Boas Concone, 1985, afirmam que de fato, a Umbanda é sobretudo multiforme, um sistema religioso estruturalmente aberto que lhe permite inúmeras variações em torno do mesmo tema[16].


Desta forma podemos dizer, sem medo de errar, que havendo certa unidade na diversidade (como diria Patrícia Bírmam), a Unidade já foi há muito “codificada” (como bem o disse Matta e Silva) ou se preferir “definida”, caso contrário não existiria esta unidade ou como identificar o que é Umbanda. Quanto à diversidade não será nunca codificada, pois esta sim é a parte estruturalmente aberta, multiforme e variante da Umbanda, em que cada praticante exerce sua liberdade litúrgica. Como trocadilho podemos dizer que a unidade é a essência do UM, enquanto diversidade são as várias formas de manifestar a BANDA. Humildemente apenas constatamos para a Umbanda sua unidade já codificada e sua multiplicidade “incodificável”.






CÓDIGO DE SENTIDO


Sabia que religião é uma linguagem?
Um jeito de falar sobre o mundo...
[...] Por isto, para se entender a religião,
é necessário entender o caminho da linguagem.
Rubem Alves


Existe ainda outro sentido para “código”, trata-se de compreende-lo como uma “chave de interpretação”, o código seria a “chave” pela qual se “decodifica” algo.

O Código da Umbanda” pode ser lido como “Chave de Umbanda” ou “Código Fonte”, de interpretação e compreensão, o que estaria muito além de um “conjunto de regras” ou “engessamento”. Neste caso “O Código” não fecha, nem dogmatiza, opiniões (“doxa”), evitando a construção de uma “ortodoxia umbandista” ou um engessamento de sua evolução e transformação contínua.

Aqui “O Código” traz sentido de abrir mistérios antes fechados, desvelar os arcanos, tornar acessível e compreensível os fundamentos reais. Ou seja “O Código” como chave interpretativa para “Decodificar”, um “Código Fonte”.

O teólogo e escritor Ruben Alves[17] abordou esta questão no que diz respeito ao sentido que damos as palavras, em que as mesmas palavras podem assumir sentidos diversos, e da mesma forma é o discurso religioso que carece de um código para a interpretação de seu sentido primeiro ou último.

É muito difícil entender o que é falado. A cada passo, em nossa experiência diária, tomamos consciência disto. Freqüentemente, depois de conversar por horas a fio com alguém, e de nos explicar e reexplicar por meio de expressões como “Não era bem isso que eu queria dizer”, “o senhor não me entendeu”, “não me exprimi com clareza”, concluímos silenciosamente: “Quantos mal-entendidos em meio a tantas palavras”. É curioso. Parece que não deveria ser assim. Falamos a mesma língua. Usamos palavras que ambos conhecemos. E, a despeito disto, as significações não foram comunicadas. Por quê? É que os sentidos não podem ser comunicados diretamente. Como bem observou Wittgennstein, “uma palavra tem o sentido que alguém lhe deu”. “O sentido de uma palavra é o seu uso na linguagem”. Para se entender não basta ler ou ouvir. É necessário descobrir o código (grifo nosso) segundo o qual as palavras são usadas.
A religião se revela, entre outras coisas, por meio de um discurso. Enquanto não descobrirmos o código (grifo nosso) que rege o uso dos seus símbolos, o discurso religioso permanece como um enigma ou um equivoco.

A obra de Rubens Saraceni é, para muitas pessoas, um código interpretativo, uma forma de  acessar e compreender os mistérios, o que nem de longe poderia engessá-la ou dogmatizá-la, já que o código neste sentido não visa “formatar” ou “enlatar” mas simplesmente explicar o que já existe, dar um sentido de ser para seus fundamentos e práticas, assentados em mistérios a serem “decodificados” e para tal nada melhor que um “código chave”.

Teologicamente falando, no contexto umbandista, a obra psicografada é um código fonte vindo da origem na qual foi idealizada a religião. O mesmo se dá com relação aos títulos psicografados na literatura espírita, que tem o objetivo de explicar a forma de entender o mundo sob a perspectiva dos espíritos, idealizadores de tal doutrina junto a Allan Kardec.

Esta questão esclarece muitos desentendimentos e conflitos no campo religioso, muitas vezes um determinado grupo se recusa a querer entender o sentido que outro grupo dá em seu discurso religioso, em sua doutrina e teologia. É muito fácil a qualquer grupo, para desclassificar o outro, simplesmente pegar as palavras do primeiro e dar-lhes outro sentido, diverso do sentido primeiro. Técnica esta presente nos “diálogos” ou discussões as quais um não tem interesse de entender o “código” de sentido usado pelo outro.

Neste mesma perspectiva Nietzche criticou a “dialética” de Hegel, ou mesmo a forma discursiva e irônica de Sócrates abordar seus “confrades”:


Notas:

1 Ed. Espiritualista, 1950

2 Op. Cit. Ed. Espiritualista. P. 7

3Umbanda e Política. P.51

4 Op. Cit. NEGRÃO São Paulo: Edusp, 1996.

5 Op. Cit. Ed. Freitas Bastos, 1960, 2ª ed. pp. 71-72

6 Op. Cit. São Paulo: Ed. Ícone, 1999. p. 219

7 Op. Cit. Rio de Janeiro: Ed. Freitas Bastos, 1994. 3ª ed. p.21

8 Op. Cit. São Paulo: Ícone, 1997. p.35

9 Op.Cit. , 1997. p.36

10 Aqui o autor refere-se ao Segundo Congresso Brasileiro de Umbanda
realizado em 1961.

11 Roger Bastide. As Religiões Africanas no Brasil São Paulo: Editora da
Universidade de São Paulo, 1971 P. 441

12 Renato Ortiz. A Morte Branca do Feiticeiro Negro, São Paulo: Ed.
Brasiliense, 1991. 2ª ed. 183, 184 e 185

13 Op. Cit. São Paulo: Ed. Brasiliense / Abril Cultural, 1985. Coleção
Primeiros Passos. p.90, 93

14 Op. Cit. São Paulo: Ed. Madras, 2009. p.42

15 O que é Umbanda, 1985. p. 26

16 Umbanda e Política, 1985. p. 74

17 Rubem Alves. O Suspiro dos Oprimidos São Paulo: Ed. Paulus, 1987.
pp.38-39


Anexo

Abaixo está, na integra, o texto “Codificação da Umbanda”, publicado em 1973, por Cavalcanti Bandeira em seu livro "O que é a Umbanda", Editora ECO.

Codificação da Umbanda 

No longo caminho apontando aos crentes, a Umbanda marcha num sentido evolutivo para a realidade espiritual, porém necessita ter certa igualdade que possa servir de unidade doutrinária e permitir a prática semelhante em todos os Terreiros. Todavia, não deve incorrer no perigo de fixação em dogmas, tabus ou práticas ultrapassadas sem explicações lógicas ou aceitação de sua maioria.
O futuro exige a codificação do culto de Umbanda para não serem perdidos os trabalhos dos Pretos-Velhos e dos Ca­boclos, que tanto procuram ensinar aos crentes e dar uma orientação segura, capaz de evitar as mistificações e detur­pações desses que procuram viver às custas dos Terreiros ou dos que lá vão bus­car um alívio ou um conselho espiri­tual. Há ainda aqueles que teimam em ser diferentes e únicos. Realmente é difícil estabelecer normas básicas que possam servir de denominador comum aos cul­tos, como as práticas orientadas pelos en­si­namentos transmitidos pela tradição oral.
Necessita a Umbanda de ter uma li­tur­gia por todos aceita e seguida, senão, sofrerá as alterações naturais decorrentes dessa transformação oral do ensinamen­to, em função daquele que transmite e do que ouve.
Participando do II Congresso Brasi­leiro de Umbanda, reunido no Rio de Janeiro, em julho de 1961, concorremos com dois trabalhos; um com o título: “INTERPRETAÇÃO HISTÓRICA E ETI­MO­LÓGICA DO VOCÁBULO UMBAN­DA”, o outro: “DOGMATISMO E HIERAR­QUIA”, que levados a plenário, foram amplamente discutidos e aprovados pelos Congressistas reunidos nesse conclave.
Apresentamos o trabalho sobre a palavra Umbanda, porque não era possível que se praticasse um culto, sem definir a origem etimológica e o signi­ficado original da palavra, em virtude de ser ponto básico definindo o sentido religioso. Nesse Congresso, fomos indi­cados para integrar a “Comissão Nacional de Codificação ao Culto de Umbanda”, e realizando-se a primeira reunião da Comissão em São Paulo, fomos escolhi­dos para o cargo de Relator de Religião que, se foi uma confiança depositada pelos codificadores, acarretou maiores encargos e responsabilidades pela extre­ma seriedade e profundidade do assunto.
Tivemos grande empenho para rea­lizar as tarefas, que não foram comple­mentadas no tempo previsto, de modo que proposto o III Congresso Brasileiro de Umbanda, para o ano de 1973, no Rio de Janeiro, fomos designados para presidir a Comissão Organizadora de tão importante conclave, que, no mesmo sentido, é mais uma busca de codificação dos cultos e união dos umbandistas.
Face às divergências encontradas e das dúvidas quanto às origens e fontes de onde surgiu o culto, que alguns pre­tendiam fosse hindu – sem justificar com dados concretos e seguros - , elaboramos um ensaio histórico, no qual condensa­mos nosso pensamento pessoal, porque sem a real raiz histórica não seria possível desenvolver o tema dentro dos fatos comprovados, evidenciando as fontes demonstráveis em trabalhos sérios e de outros autores insuspeitos e imparciais.
Demonstrando a antiguidade do homem e do conhecimento africano; a prática milenar de sua religiosidade e de suas iniciações; não quisemos e não queremos, absolutamente, levar a Um­banda para o africanismo, porque seria uma volta. Mas evidenciar sua origem em cultos que já de há muito tinham deli­mitadas a liturgia e a teogonia de modo preciso, servindo como base histórica, porque não foram inventadas e nem apareceram de uma noite para o dia, e sim, subindo a escada evolutiva que lhe permitiu a sucessividade continuada das épocas.
O roteiro histórico pé necessário pa­ra compreender a realidade panorâmica dos múltiplos rituais e feitios da Umbanda, como hoje é vista. As contribuições mar­cantes de cada origem e a evolução prin­cipal processada precisam ser apontadas, pois, seria emba­raçosa a tentativa de entendi­mento dos fundamentos iniciais e dos que se queiram imprimir aos rumos de uma codificação, ainda mais quando pretendem dar força a lendas não apoia­das pela tradição secular.
A realização do presente estudo exi­giu a leitura da maioria dos livros Umban­distas, entre­vistas com vários seguidores de diversas religiões e pesquisas em alguns estados do Brasil, inclu­sive pedidos de informações a conceituadas organiza­ções cul­tu­rais, notadamente de Angola, na África, e a pessoas de renome nesse cam­po. Como também a busca em livros sérios de pesquisadores e de outros que combatem a Umbanda, pois na­da afirma­mos sem uma base real; e não aceitamos certas invencionices e artifícios, fatos co­muns quando um assunto repousa em par­ce­las dispersas de ensinamentos ensombrados por lendas de múltiplas origens.
Julgamos isso importante para o conhe­cimento, porque, dá o sentido da realidade sedimentada através do tempo, embora as modificações decorrentes da evo­lução, do sincretismo e da diluição no passar dos anos, com a assimilação  de outras idéias e conceitos dos grupos raciais em contatos que, por si sós, são suficiente para escurecer as origens, se vistas superficialmente. Como afirma o Dr. Oswaldo Santos Ribas, médico em Cu­ritiba: “Ao tratarmos de uma religião como a Umbanda, sincretizada das gran­des seitas que têm surgido  e cujas ori­gens se perdem nos albores da civilização, nem sempre poderemos, quer pela socio­logia, antropologia, etnografia, história, etc., basear-nos nos fundamentos ditos cientificamente aceitos. A verdade é uma só: as leis divinas são as únicas imutáveis e a evolução é um dos seus máximos pre­ceitos. Nada se perde e tudo se trans­forma, diz a física. Igualmente, assim tam­bém é na espiritualidade e no estudos que nos propomos. Teremos de acom­pa­nhar as transformações sucessivas, ocorridas quanto o próprio modo de religar”.
Debatemos assunto com vários che­fes de culto e realizamos diversas confe­rências; agradecemos, pois, o auxílio da­do e a ajuda recebida, especialmente aos que contribuíram com seus conhecimen­tos iluminados pelas iniciações, esclare­cen­do temas tão controvertidos e ainda não definidos em vários pontos básicos. Falta uma unidade doutrinária, filosófica e cientifica do que a surgido em nossa literatura, que ressalta, apenas o lado fol­clórico, executando-se alguns livros dou­trinários de escritores umbandistas, e de estudiosos que procuram, com isenção de ânimos,  encontrar a essência que se esconde em meio a problemática das apresentações.
Os diversos caminhos percorridos pelos umbandistas convergem para uma junção nos cultos praticados, con­cor­rendo, para isso, os livros e as confrater­nizações religiosas, como meios de uma aproximação efetiva e unificadora.
Muito livro há surgido sobre a Um­ban­da, cada qual tem o direito de apre­sentar o lado dessa problemática, pois con­venhamos, cada um lança um facho de luz ao alcance e gosto de determinado grupo, assim, também, desmancham tre­vas permitindo uma claridade em sentido unificador.
Tudo tem uma razão de ser, e cada um segue o caminho que se ajusta ao seu modo particular de ver e sentir, e através da palavra é que estabelece essa comunicação que une e congrega.
A Umbanda é uma vasta porta aberta pelos seus rituais, cânticos, sentidos de popularização e de que o homem participa e sente diretamente o atendimento ao seu caso; assim a individualização con­corre para uma diversidade de práticas, abrangendo todas as cultuações.
Nota-se, porém, que há uma linha de continuidade canalizando os vários aflu­entes de todas as origens para uma integração e uma uniformidade de des­tino num futuro próximo, sendo bem opor­tuna a comunicação de Ramatís, através de Hercílio Maes no livro “Mediu­nismo”, quando diz: “A Umbanda que ain­da não cimentou sua unidade doutri­nária definitiva, nem afirmou o seu sistema único de trabalho em todas as latitudes da orbe, através do seu sincretismo afro-católico, transforma-se num trampolim favorável aos católicos, protestantes e outros religiosos dogmáticos para se familiarizarem com os ensinamentos da Reencarnação e a disciplina da Lei do Carma.
As imagens, os cânticos, o incenso, as velas e as oferendas dos rituais de Umbanda, algo parecido aos usos da Igreja Católica, atenuam o medo pro­vinciano dos católicos pelas manifes­tações mediúnicas; e pouco a pouco incu­tem-lhes o gosto pe­lo conhecimento da imortalidade do espí­rito pregada por to­das as filosofias reen­car­nacio­nistas”.
“Os chefes, as falan­ges e a linhas de Um­ban­da, com seus caboclos, pretos-velhos e silvícolas ape­sar da multipli­ci­dade de costumes, tempera­men­tos e propó­sitos dife­rentes do serviço que exe­cutam junto à maté­ria entrela­çam-se por se­veros com­pro­mis­so, deveres hierár­qui­cos e obrigações espi­rituais, que ainda não puderam ser compreen­didas sa­tisfatoriamente pelos seus próprios profi­tentes. No vasto panorama de relações entre o plano material e o mundo oculto, alicerçados pelo processo da magia, no âmbito da Umbanda, ainda repon­tam combinações confu­sas e tolices conde­náveis, à conta de elevado come­di­mento espiritual. Ainda lutam os umbandistas para alcançar a sua cons­tituição doutri­nária e es­coi­marem-na das excre­cências ridículas que de­for­mam a sua base eso­térica.
Nesse terreno foi mais feliz o Espiri­tismo, que partiu de uma unidade con­creta e alicerçada por investigações incessantes, com “testes” mediúnicos que exauriram Kardec mas o ajudaram a ex­tir­par com êxito as con­tradições. Os exo­tismos e as encenações ridículas da prática mediúnica desorientada. A Umbanda, portanto, ainda é o vasilhame fervente em que todos mexem, mas raros co­nhecem o seu verdadeiro tempero”.
Nós mesmos sabemos de tanta coisa que se propala como Umbanda ou em nome da Umbanda;  e outras práticas que todos nós condenamos, porque é preciso realmente sentir a Umbanda. Res­salta-se, assim, a necessidade de ter “a sua constituição doutrinária”, a sua codi­ficação básica, porém elástica em certos aspectos, tendo em vista a diversidade encontrada em certos aspectos, tendo em vista a diversidade encontrada que não permite, no momento, a rigidez re­gular de normas, especialmente, no to­can­te a certas alterações de ritual embora, este deva ter uma linha ajustável e sóbria, sem os exageros dispensáveis, que mais dificultam a fé do crente do que favorece o seu aprendizado, ou a difusão para obter adeptos.
Tem de ser o denominador comum, uma orientação ritualística aproximativa, porém dentro da firmeza filosófica-reli­giosa, de modo a evitar desuniões e inter­pretações errôneas, fazendo perma­nente esse pensamento codificador do Dr. Leopoldo Betiol médico e enge­nheiro em Porto Alegre: “Queremos ago­ra o que quisemos sempre: União, pro­gresso, entendimento, harmonia, con­córdia, paz; cooperação que sirva para erguer o nível mental da Umbanda, le­vando-a ao mais alto ponto de signi­fi­cação moral e doutrinária; isto que fize­mos nossa causa, que nunca foi uma ques­tão de pessoas que na altura do mérito sempre soubéramos louvar, acatar e respeitar. Aos que já revelaram sadia compreensão o nosso cordial muito obrigado. Sei que não faltam trabalha­do­res de boa vontade e muita fé, por isso mesmo, por causa da muita fé, a Umbanda gasta 60 anos para operar uma mudança do seu nível rasteiro suportando a crítica ferina dos impos­tores. É este vexame que nós queremos terminar se o irmão umbandista quiser cooperar”.
Não é coisa que se possa fazer de afogadilho, nem em prazo determinado. Prevendo a complexidade da matéria e vastidão do problema, apresentamos para o regimento interno da Comissão Nacional de Codificação do Culto de Umbanda, em 1961, a seguinte emenda:” O trabalho a ser apresentado pela Comissão será matéria para discussão e aprovação do Congresso Extraordinário, como anteprojeto de um código capaz de acompanhar a evolução e o aperfei­çoa­mento no decorrer do tempo”.
A preocupação constante de haver de uma orientação firme para a Umbanda se faz sentir há muito tempo. Já em 1939, João Freitas dá como diálogo, as suas idéias cometendo o fanatismo e o homem supersticiosos, que entravam o desenvol­vimento do culto. Afirma que o seu inter­locutor refere: “A necessidade de se ob­ser­var com precisão o ritual; e de ha­ver livros e organizações federativas ca­pa­zes de evitar as “literatices” prolixas e de­cepcionantes que se escondem em ora­tória e formas vocabulares em verda­dei­ra oscilação intelectual. Em suma, aca­bar-se-ão os charlatães, porque nin­guém se arvorará em chefe de terreiro sem es­tar devidamente munido de creden­ciais”.
Confirmando essa preocupação dominante, os umbandistas reuniram-se no Rio de Janeiro, em 1941, no I Con­gresso Brasileiro, quando iniciaram uma sistemática de codificação, ampliada com a realização II Congresso em 1961, a qual foi uma constante do temário do III Con­gresso Brasileiro de Umbanda, em 1973, pela preocupação máxima das Fede­ra­ções em obter uma estruturação adminis­trativa e religiosa como se evidencia no lema adotado: “Organizar para Unir”.
Em 1953, o livro de Emanuel Zespo, intitulado “Codificação da Lei de Umban­da” que, apesar de insuficiente, demons­tra a preocupação permanente dos since­ros, em querer estruturar os cultos exis­ten­tes, dentro de uma base coordenada evitando, assim, abusos e excessos.
Nessa mesma época, Lourenço Braga afirmava o seguinte: “Se a Umbanda fosse unificada, isto se todos trabalhassem nos mesmos dias, nas mesmas horas, da mesma forma, com o mesmo rituais, com os mesmo pontos riscados e os mesmo pontos cantados, (letras e músicas), etc., seriam os resultados de efeitos maravilho­sos, seria uma sinfonia perfeita de vibra­ções harmoniosas, cujas conseqüências, para os filhos da Terra, seriam surpreen­dentes e repletas de benefícios; devemos trabalhar para o progresso da Umbanda, mas de uma Umbanda como deve ser: isenta de materialidade, de ignorância, de atraso, de práticas condenadas pelo bom senso. Deve ser pura, elevada e evolucionista. Quando se atinge um certo grau de progresso espiritual, não é admissível se retroagir”.
O futuro exige a codificação para a Umbanda como culto organizado e não se tumultuarem os seguidores pela con­tradições de ensinamentos desordena­dos; nessa época com conhecimentos científicos em que tudo deve ser expli­cado à luz da razão. Com a realização do III Congresso Brasileiro de Umbanda, em Julho de 1973, foram adotadas resoluções importantes nesse sentido, especialmente em relação ao temário do referido conclave, que estava dividido em dois itens principais: Aspectos doutri­nários e filosóficos e aspectos administra­tivos e legais.
Foi, assim fundado um Ór­gão Nacional Interfederativo agrupando os Estados e Federações respectivas, visando uma estrutura administrativa me­tó­di­ca e uniforme para todo o Brasil, bem como foi adotado um só hino, e declarada a data de 13 de Maio como o Dia Nacional da Umbanda.
A codificação se impõe, especial­mente visando aos que abusam da credulidade alheia para a satisfação egoística e deturpada de interesses próprios, por vezes, menos confessáveis, colaborando para o mal maior. Porque sem amor ao interior que eleva e santifica, surge a hipocrisia de princípios para o uso externo, apenas convencionais, quando em seu interior procedem em desacordo com os ensinamentos da sã moral em seu verdadeiro sentido, pois só vale o sentir; e esse interno baseado na intenção do ato e, assim, as contas serão apreciadas apenas pela Justiça Divina, conforme as dívidas contraídas.
Os bons frutos só podem ser dados pelas boas árvores, de modo que se faz sentir a sintonia do médium em relação ao trabalho executado ou desejado como nos ensina Ramatís: “Cultive cada trabalhador o seu campo da meditação educando a mente indisciplinada e enriquecendo os seus próprios valores no domínio do conhecimento, multipli­cando as afinidades com a esfera Su­perior, e observará a extensão dos te­souros de serviço que poderá movi­mentar em benefício dos seus irmãos e de si mesmo. Sobretudo, ninguém me engane relativamente ao mecanismo absoluto em matéria de mediunidade”.
Esclarecendo que o valor real está na qualidade do médium, que deve ser tolerante e orientador, e não deve macular a sua vida com os interesses e caprichos de vaidade pessoal.
Não devemos esquecer um fato importante: Estamos vivendo uma reli­gião para o futuro e não para o momento presente, sendo assim, precisamos sentir o pensamento geral e a orientação se­guida; pelo menos o conteúdo doutri­nário e a orientação filosófica devem ser estudados e apreciados de modo seguro e preciso, porque a promoção é o meio visado para propagar as idéias e essas devem estar desenvolvidas, permitindo raciocínio em função da época cientifica em que vivemos e que possa, por todos ser compreendida, mesmo que não concordem com o explicado.
Dando uma apreciação de síntese, visamos principalmente a Codificação do Culto de Umbanda, mas a certeza de que o pensamento codificador se processará lentamente através dos anos, numa se­di­mentação que depende exclusivamente dos verdadeiros chefes de culto, aos qua­is cabe essa grande tarefa e respon­sabilidade, perante os crentes e a Lei Divina.
Julgamos ter cumprido a missão que, se melhor não o seja, vale pela intenção e o desejo de vencer a Causa. Procu­ramos transmitir a idéia de modo positivo e correto, sem quaisquer interesses pes­soais, ou desejos subalternos de evi­dências passageiras, pois estas se perdem no passar dos dias e se confundem no pó da estrada da vida, porque lampejam por instantes, sem a força esclarecedora que se proteja no tempo e no espaço.

Texto extraído do livro “O que é a Umbanda” de Cavalcanti Bandeira – Editora Eco 1973.



[1] Ed. Espiritualista, 1950
[2] Op. Cit. Ed. Espiritualista. P. 7
[3] Umbanda e Política. P.51
[4] Op. Cit. NEGRÃO São Paulo: Edusp, 1996.
[5] Op. Cit. Ed. Freitas Bastos, 1960, 2ª ed. pp. 71-72
[6] Op. Cit. São Paulo: Ed. Ícone, 1999. p. 219
[7] Op. Cit. Rio de Janeiro: Ed. Freitas Bastos, 1994. 3ª ed. p.21
[8] Op. Cit. São Paulo: Ícone, 1997. p.35
[9] Op.Cit. , 1997. p.36
[10] Aqui o autor refere-se ao Segundo Congresso Brasileiro de Umbanda realizado em 1961.
[11]  Roger Bastide. As Religiões Africanas no Brasil São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1971  P. 441
[12] Renato Ortiz. A Morte Branca do Feiticeiro Negro,  São Paulo: Ed. Brasiliense, 1991. 2ª ed. 183, 184 e 185
[13] Op. Cit. São Paulo: Ed. Brasiliense / Abril Cultural, 1985. Coleção Primeiros Passos. p.90, 93
[14] Op. Cit. São Paulo: Ed. Madras, 2009. p.42
[15] O que é Umbanda, 1985. p. 26
[16] Umbanda e Política, 1985. p. 74
[17] Rubem Alves. O Suspiro dos Oprimidos São Paulo: Ed. Paulus, 1987. pp.38-39
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"Umbanda é Religião, portanto só pode fazer o BEM !!!"
Alexandre Cumino
 
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