RELIGIÃO UMBANDA

Na Umbanda não há preconceitos nem orgulho. Aprendemos com quem mais sabe e ensinamos aqueles que sabem menos.

“A maior de todas as ignorâncias é rejeitar uma coisa sobre a qual você nada sabe." (H. Jackson Brownk)


Nenhum mistério resiste à fragilidade da luz.Conhecer a Umbanda é conhecer a simplicidade do Universo.

A Umbanda crê num Ser Supremo, o Deus único criador de todas as religiões monoteístas. Os Sete Orixas são emanações da Divindade, como todos os seres criados.

O propósito maior dos seres criados é a Evolução, o progresso rumo à Luz Divina. Isso se dá por meio das vidas sucessivas, a Lei da Reencarnação, o caminho do aperfeiçoamento.

Existe uma Lei de Justiça Universal que determina, a cada um, colher o fruto de suas ações, e que é conhecida como Lei de Ação e Reação.

A Umbanda se rege pela Lei da Fraternidade Universal: todos os seres são irmãos por terem a mesma origem, e a cada um devemos fazer o que gostaríamos que a nós fosse feito.

A Umbanda possui uma identidade própria e não se confunde com outras religiões ou cultos, embora a todos respeite fraternalmente, partilhando alguns princípios com muitos deles

A Umbanda está a serviço da Lei Divina, e só visa ao Bem. Qualquer ação que não respeite o livre-arbítrio das criaturas, que implique em malefício ou prejuízo de alguém, ou se utilize de magia negativa, não é Umbanda.

A Umbanda não realiza, em qualquer hipótese, o sacrifício ritualístico de animais, nem utiliza quaisquer elementos destes em ritos, oferendas ou trabalhos.

A Umbanda não preceitua a colocação de despachos ou oferendas em esquinas urbanas, e sua reverência às Forcas da Natureza implica em preservação e respeito a todos os ambientes naturais da Terra.

Todo o serviço da Umbanda é de caridade, jamais cobrando ou aceitando retribuição de qualquer espécie por atendimento, consultas ou trabalhos mediúnicos. Quem cobra por serviço espiritual não é umbandista.

"Tudo melhora por fora para quem cresce por dentro."

O que a Umbanda tem a oferecer?


Hoje em dia, quando falamos em religião, os questionamentos são diversos. A principal questão levantada refere-se à função da mesma nesse início de milênio.
Tentaremos nesse texto, de forma panorâmica, levantar e propor algumas reflexões a esse respeito, tendo como foco do nosso estudo a Umbanda.

O que a religião e, mais especificamente, a religião de Umbanda, pode oferecer a uma sociedade pós-moderna como a nossa? Como ela pode contribuir junto ao ser
humano em sua busca por paz interior, desenvolvimento pessoal e auto-realização?
Quais são suas contribuições ou posições nos aspectos sociais, em relação aos
grandes problemas, paradoxos e dúvidas, que surgem na humanidade contemporânea?
Existe uma ponte entre Umbanda e ciência (?) _ algo indispensável e extremamente útil, nos dias de hoje, a estruturação de uma espiritualidade sadia.

O principal ponto de atuação de uma religião está nos aspectos subjetivos do “eu”. Antigamente, a religião estava diretamente ligada à lei, aos controles morais e definição de padrões étnicos de uma sociedade _ vide os dez mandamentos
e seu caráter legislativo, por exemplo. Hoje, mais que um padrão de comportamento, a religião deve procurar proporcionar “ferramentas reflexivas” ou
“direções” para as questões existenciais que afligem o ser humano. Em relação a isso, acreditamos ser riquíssimo o potencial de contribuição do universo umbandista, mas, para tanto, necessitamos que muitas questões, aspectos e
interfaces entre espiritualidade umbandista e outras religiões e ciência sejam desenvolvidos, contribuindo de forma efetiva para que a religião concretize um pensamento profundo e integral em relação ao ser humano, assumindo de vez uma
postura atual e vanguardista dentro do pensamento religioso. Entre essas questões, podemos citar:

_ Um estudo aprofundado dos rituais umbandistas, não apenas em seus aspectos “magísticos”, mas também em seus sentidos culturais, psíquicos e sociais. Como uma gira de Umbanda, através de seus ritos, cantos e danças, envolve-se com o
inconsciente das pessoas? Como podem colaborar para trabalhar aspectos “primitivos” tão reprimidos em uma sociedade pós-moderna como a nossa? Como os
ritos ganham um significado coletivo, e quais são esses significados? Grandes contribuições a sociologia e a antropologia podem dar à Umbanda.

_ Uma ponte entre as ciências da mente – como a psicanálise, psicologia – e a mediunidade, utilizando-se da última também como uma forma de explorar e conhecer o inconsciente humano. Mais do que isso, os aspectos psicoterápicos de
uma gira de Umbanda e suas manifestações tão míticas-arquetípicas. Ou será que nunca perceberemos como uma gira de “erê”, por exemplo, além do trabalho espiritual realizado, muitas vezes funciona como uma sessão de psicoterapia em
grupo?

_ A mediunidade como prática de autoconhecimento e porta para momentâneos estados alterados de consciência que contribuem para o vislumbre e o alcance permanente de estágios de consciência superiores. Além disso, por que não a
prática meditativa dentro da Umbanda (?) _ prática essa tão difundida pelas religiões orientais e que pesquisas recentes dentro da neurociência demonstram de forma inequívoca seus benefícios em relação à saúde física, emocional e
mental.

_ Uma proposta bem fundamentada de integração de corpo-mente-espírito.
Contribuição muito importante tanto em relação ao bem estar do indivíduo, como também dentro da medicina, visto que a OMS (Organização Mundial da Saúde) hoje admite que as doenças tenham como causas uma série de fatores dentro de um paradigma bio-psíquico-social caminhando para uma visão ainda mais holística, uma visão bio-psíquico-sócio-espiritual.

_ O estudo comparativo entre religiões, com uma proposta de tolerância e respeito as mais diversas tradições. Por seu caráter sincrético, heterodoxo e anti-fundamentalista, a Umbanda tem um exemplo prático de paz as inúmeras
questões de conflitos étnico-religiosos que existem ao redor do mundo.

_ A liberdade de pensamento e de vida que a Umbanda dá as pessoas também deveria ser mais difundido, visto que isso se adapta muito bem ao modelo de espiritualidade que surge como tendência nesse começo de século XXI. Parece-nos
que a Umbanda há muito tempo deixou de lado a velha ortodoxia religiosa de “um
único pastor e único rebanho”, para uma visão heterodoxa de se pensar espiritualidade, onde ela assume diversas formas de acordo com o estágio de desenvolvimento consciencial de cada pessoa, o que vem de encontro – por exemplo
– com as idéias universalistas de Swami Vivekananda e seu discurso de “uma Verdade/Religião própria para cada pessoa na Terra”. E a Umbanda, assim como
muitas outras religiões, pode sim desenvolver essa multiplicidade na unidade.

_ O resgate do sagrado na natureza e o respeito ao planeta como um grande organismo vivo. Na antiga tradição yorubana tínhamos um Orixá chamado Onilé, que representava a Terra planeta, a mãe Terra. Mesmo que seu culto não tenha se
preservado, tanto nos candomblés atuais como na Umbanda, através de seus outros “irmãos” Orixás, o culto a natureza é preservado e, em uma época crítica em
termos ecológicos, a visão sagrada do planeta, dos mares, dos rios, das matas, dos animais, etc - ganha uma importância ideológica muito grande e dota a espiritualidade umbandista de uma consciência ecológica necessária.

_ O desenvolvimento de uma mística dentro da Umbanda, onde elementos pré-pessoais como os mitos e o pensamento mágico-animista, possam ser trabalhados dentro da racionalidade, levando até mesmo ao desenvolvimento de
aspectos transpessoais, transracionais e trans-éticos dentro da religião. A identificação do médium em transe com o Todo através do Orixá, a trans-ética que deve reger os trabalhos magísticos de Umbanda, os insights e a lucidez
verdadeira que levam a mente para picos além da razão e do alcance da linguagem, o fim da ilusão dualista para uma real compreensão monista através da iluminação, são exemplos de aspectos transpessoais que podem ser (e faltam ser)
desenvolvidos dentro da religião.

_ Os aspectos culturais, afinal Orixá é cultura, as entidades de Umbanda são cultura o sincretismo umbandista é cultura. Umbanda é cultura e é triste perceber o descaso, seja de pessoas não adeptas, como de umbandistas, que
simplesmente não compreendem a importância cultural da Umbanda e da herança afro-indígena na construção de uma identidade nacional. A arte em suas mais
variadas expressões tem na Umbanda um rico universo de inspiração. Cabe a ela apoiar e desenvolver mais aspectos de sua arte sacra.

Essas são, ao nosso entendimento, algumas das “questões-desafios” que a Umbanda tem pela frente, principalmente por ser uma religião nova, estabelecendo-se em um mundo extremamente multifacetado como o nosso. Muito mais
poderia e com certeza deve ser discutido e desenvolvido dentro dela.

Apenas por essa introdução já se pode perceber a complexidade da questão e como é impossível ter uma resposta definitiva a respeito de tudo isso. Muitos
podem achar que o que aqui foi dito esteja muito distante da realidade dos terreiros. Mas acreditamos que a discussão é pertinente, principalmente devido ao centenário, onde muito mais que festas, deveríamos aproveitar esse momento
para uma maior aproximação de ideais e pessoas, além de uma sólida estruturação do pensamento umbandista. Esperamos em outros textos abordar de forma mais profunda e propor algumas idéias a respeito das questões e relações aqui
levantas. Esperamos também que outros umbandistas desenvolvam esses ou outros aspectos que acharem relevantes e caminhemos juntos em busca de uma espiritualidade sadia, integral e lúcida.

"Fernando Sepe''


SORRIA....VOCÊ ESTÁ SENDO IDENTIFICADO!!!!

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Que a força do Amor esteja sempre com você...



Não Acredite em Algo

Não acredite em algo simplesmente porque ouviu. Não acredite em algo simplesmente porque todos falam a respeito. Não acredite em algo simplesmente porque esta escrito em seus livros religiosos. Não acredite em algo só porque seus professores e mestres dizem que é verdade. Não acredite em tradições só porque foram passadas de geração em geração. Mas depois de muita análise e observação, se você vê que algo concorda com a razão, e que conduz ao bem e beneficio de todos, aceite-o e viva-o.


sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

DESABAFO MEDIÚNICO


DESABAFO MEDIÚNICO

Sem dúvida nenhuma, a mediunidade ainda é um tema, que causa dúvidas e bastante polêmica entre os umbandistas. Volta e meia nos deparamos com superstições, mitos, medos, anseios, expectativas as mais diversas, de médiuns novatos e mesmo de alguns, que já possuem uma experiência mediúnica a bastante tempo.

Invariavelmente, também escutamos opiniões, declarações, testemunhos, e orientações sobre mediunidade e a sua prática, formatado por especulações, definidas por vivências pessoais e conceitos desenvolvidos através do achismo ("eu acho que...").

Muitas vezes tomamos conhecimento de médiuns que são menosprezados nos seus trabalhos mediúnicos, considerados como médiuns que estão com nada, que cometem muitas gafes ou ratas no exercício da sua mediunidade e cujo o trabalho de suas entidades são assim, como que "pasteurizados", ou sejam mantém um padrão de verossimilhança com trabalhos já realizados por entidades em outros médiuns, ou na casa que o médium frequenta.

Por maior que seja a abrangência e a difusão da mediunidade, hoje não mais reclusa aos centros espíritas e os templos umbandistas, as pessoas sempre esperam, no seu íntimo, o sobrenatural, o maravilhoso, o diferente se manifestar e atuar na prática mediúnica.

A busca pelo milagre está enraizado no inconsciente coletivo e o médium se vê transformado no milagreiro de plantão. Não só ele tem que ter êxito no que faz, mas se esse resultado puder ser acompanhado do fantástico, do inusitado e do espetacular melhor ainda.

Se a forma como os trabalhos são realizados pelas entidades, incorporadas em seus médiuns, não devem pecar pela padronização, com algo já visto ou vivenciado, o padrão já serve plenamente de fiel para se julgar o comportamento das entidades nesse médium, e por consequência o próprio médium. Em outras palavras, é necessário que as entidades se comportem como se espera que seja o seu comportamento.

Assim, o vocabulário, a manifestação, as ações e reações de uma entidade devem estar dentro do padrão geral, reconhecido para aquele tipo de entidade, senão o pobre médium é que leva a pior.

Vejamos o exemplo de uma entidade Criança ou Erê, como muitos denominam, existem dois padrões reconhecidos para a manifestação desse tipo de entidade: um é de criança, criança mesmo (período infantil), o outro é a criança pré-adolescente. Para cada tipo de padrão das possíveis manifestações da entidade Criança esperasse que as mesmas reproduzam o comportamento adequado. Assim, uma criança infantil, deve ser traquina, gostar de doces, balas e confeitos, falar miudinho como criança, e somente ter atitudes correlatas a qualquer criança encarnada, da idade que ela representa. As de manifestações pré-adolescentes, podem ter um vocabulário maior, brincadeiras mais elaboradas, discutir alguns assuntos mais adultos, ingerir bebidas alcoólicas e fumar.

Por conta desse rígido padrão de comportamento, aceito como realidade no universo umbandista, é que surgem os esteriótipos, tais como, a de um médium adulto, vestido de fraldas, sentado no chão, nú da cintura para cima, com uma chupeta na boca, segurando uma mamadeira em uma das mãos e um brinquedo na outra. Ou então, encontramos médiuns femininas incorporando crianças (meninas pré-adolescentes), com o esteriótipo de pomba-giras, insinuando-se e falando de amarrações e sexo, só porque já estão entrando na fase da explosão hormonal, com certeza os hormônios, nesse caso, são os espirituais.

Seguindo essa mesma linha de padronização, o preto-velho é um escravo, que tem que falar errado o tempo todo, que certas orientações e conceitos ele jamais pode pronunciar, pois como oriundo da senzala e sem nenhuma instrução formal, ele não passa de um analfabeto e inculto. O caboclo então, nem se fala. As pomba-giras, coitadas, tem que ser todas mulheres da vida, prostitutas, que continuam a realizar as suas orgias, agora no mundo espiritual, com os exús, que além de serem o diabo em pessoa, ainda são verdadeiros garanhões.

Realmente, tenho que as vezes, concordar com os nossos detratores... Sim, de fato somos uma cultura de periferia, cujos os adeptos são pobres, incultos, analfabetos e sem o mínimo de instrução!

Por favor, me poupem e me economizem!

Esse estado de coisas não pode mais perdurar na Umbanda. Temos que quebrar essa barreira de estagnação que habita em nosso seio e impede a comprensão do poder da Lei chamada EVOLUÇÃO.

Somos umbandistas, porque queremos nos encontrar com o Sagrado, desejamos evoluir espiritualmente, colaborar com a Obra Divina, com a formação de uma consciência planetária superior, saindo desse ciclo de provas e expiações e assumindo definitivamente a nossa cidadania espiritual universal.

Não podemos e nem devemos mais continuar a repassar mitos e lendas, estórias da carochinha, conversas para boi dormir, o saci, o capeta e a fada do dente. Não devemos mais nos render aos vícios de comportamento, nem a crenças dogmáticas.

A Umbanda está muito além do movimento umbandista, e esse se perde no emaranhado de sua estaticidade produzida, por nós mesmos, os que se dizem umbandistas e que deveriam ter um sério compromisso com o estudo doutrinário, a ciência, a filosofia e os conceitos religiosos existentes na nossa religião e propagados pelo mundo espiritual através das entidades trabalhadoras afins.

Vamos falar claramente sobre mediunidade?

  1. A mediunidade é uma benção, uma misericórdia divina, uma ferramenta ou instrumento de comunicação entre o plano dos espíritos desencarnados e o dos espíritos encarnados (nós, os terráqueos).
  2. É uma benção e uma misericórdia, pois ela é uma adaptação das faculdades, que nós mesmos perdemos a milhares de anos atrás, quando abusamos das leis universais. Nessa época tinhamos a faculdade da visão e audição direta com o plano espiritual e não precisávamos de intermediários para tal função. Sem entrar no detalhamento do motivo que levou a perca de tais faculdades, precisamos saber somente que, após perdê-las, o mundo espiritual proporcionou a humanidade essa possibilidade de contato, através dos canais mediúnicos. Determinadas modificações no psiquismo humano gerou a mediunidade.
  3. A mediunidade é algo complexo, que envolve delicados fatores para a existência do processo de suas manifestações.
  4. O primeiro deles é a necessidade da existência do psiquismo de um ser encarnado. Sem esse campo de atuação não existe mediunidade. Ou seja, sem o médium, não é possível a manifestação mediúnica de qualquer espécie. Parece uma coisa óbvia, mas parace que as pessoas esquecem dessa obviedade ao analisar, criticar e classificar um médium ou a mediunidade alheia.
  5. A segunda é que, no caso da incorporação e discorreremos nesse artigo somente sobre este tipo de mediunidade, necessário se faz a existência de uma entidade espiritual, nesse caso, um ser totalmente a parte do médium. Temos, claramente, a interferência de uma individualidade em outra. Acontece que a entidade não entra no corpo do médium, nem tão pouco anula a individualidade que ocupa, como muitos acreditam.
  6. Se não existe anulação da individualidade do médium, queremos dizer com todas as letras que não existem médiuns inconscientes. Repito: NÃO EXISTEM MÉDIUNS INCONSCIENTES!
  7. Afirmo isso, sem constrangimento nenhum, pois na acepção do conceito que se disseminou no mundo mediúnico é que na dita mediunidade inconsciente, não existe nenhuma interferência do médium, e a tão falada inconsciência ainda serve para credibilizar a manifestação mediúnica e por consequência o próprio médium.
  8. Como não existe interferência, se o psiquismo e portanto, a individualidade do aparelho mediúnico continua a existir e logo a se manifestar no laço médium e entidade espiritual?
  9. Sim, é claro que evidentemente podem acontecer lapsos de memória, problemas de solução de continuidade, vazios, trechos sem definição clara, passagens desconexas e um despertar mediúnico com lembranças que mais parecem um sonho, que não se consegue recordar direito, no entanto, no exercício da mediunidade o psiquismo do médium está plenamente atuante. Afinal, a entidade precisa desse psiquismo ligado para poder atuar.
  10. Em outras palavras e levando em consideração as devidas proporções, para você ler esse texto eu precisei de um software (psiquismo) chamado processador de texto, para que o computador (médium) conseguisse formatar este artigo e você (consulente) pudesse interagir comigo (entidade espiritual). Ora, eu somente pude formatar esse texto na forma, como você está lendo, com esse tipo e tamanho de fonte de letra, como essa cor etc., porque encontrei um processador de textos (psiquismo) que me permitiu fazê-lo. Um processador mais simples, talvez não me permitisse colorir o texto. Portanto, a capacidade e o conhecimento encontrado no psiquismo do médium é que possibilita a entidade a qualidade de sua manifestação.
  11. Desenvolvimento mediúnico é nada mais, nada menos, do que proporcionar ao médium condições dele se tornar um fiel tradutor da manifestação das entidades que ele incorpora. O médium é um filtro para manifestação da entidade, quanto menos impurezas (interferências) este filtro tiver, mais fiel será a manifestação da entidade espiritual. A inconsciência, colocado sob este ponto de vista, é diretamente proporcional a capacidade de fidelização do médium para a comunicação do guia espiritual.
  12. Outro fato, que muita gente esquece ou não percebe, é que a entidade não fala diretamente através do médium, já que não existe posse. A linguagem do espírito é o pensamento, logo a entidade transmite o seu pensamento para o psiquismo que está interagindo e o médium então catalisa essa informação e repassa para frente. Esse processo é ato contínuo e a catalização seu principal segredo. Devemos lembrar sempre que a entidade depende do médium e de seu psiquismo e que também estamos falando de um processo sutil e delicado em que energias espirituais estão atuando como facilitadores para a prática mediúnica. Sim, próximo ou longe do seu aparelho mediúnico, a entidade realiza diversas ligações energéticas com o corpo espiritual do médium para poder tanto manifestar seus pensamentos, como para caracterizar sua personalidade espiritual.
  13. Ao contrário do que todos pensam, o médium deve procurar estudar e ter conhecimentos suficientes para exercer a sua mediunidade, já que a entidade se utiliza desta cultura pré-existente no psiquismo do médium, inclusive dos arquivos inconsicentes do mesmo (experiências vivenciadas em outras reencarnações) para formatar um diálogo fiel ao que deseja transmitir ao consulente. São evocados lembranças, conhecimento arquivados na memória, mas já esquecidos, enfim, uma gama de facilitadores que proporcionem uma sintonia fina entre entidade e médium.
  14. Uma entidade espiritual, na maioria das vezes, está em um estágio evolutivo superior ao médium que incorpora, senão for o caso, pelo menos está atuando em um plano menos limitador, que permite mais liberdade de ação e conhecimento. Construir uma ponte que facilite essa interação fiel, entre um psiquismo e outro é o desafio que a mediunidade impõe a ambos (médium e entidade). As dificuldades são enormes: individualidades e psiquismos diferentes, planos existenciais separados por uma barreira dimensional e distanciamento evolutivo são algumas dessas variáveis, que colaboram para transformar a mediunidade em um processo complexo, sutil e misterioso. Quanto mais potente, reforçado por conhecimentos e cultura for o psiquismo do médium, melhores serão as condições para se produzir interações de qualidade. Não é regra, mas tem seu peso e deve ser levado em consideração.
  15. Ao falarmos em psiquismo, estamos usando outra forma de denominação, para o que comumente, se chama animismo. Animismo, na mediunidade é a participação da inteligência encarnada nas manifestações espirituais. Em outras palavras, é a contribuição do próprio médium no exercício da sua mediunidade. Considerado um estigma por muitos, e transformado ao extremo como mistificação, essa contribuição, como vimos é real e o espírito manifestante, precisa e faz pleno uso dessa faculdade ao qual, no meu entender, é melhor conceituada com o termo psiquismo. Anismismo/Psiquismo, não é crime de lesa mediunidade, é necessidade inerente ao processo de manifestação mediúnica. O psiquismo, pode ser comparado ao períspirito da mediunidade, é a base com o qual a entidade trabalha para gerar a manifestação de seus pensamentos, desejos e vontades. É o meio que possibilita a expressão da entidade na matéria.
  16. Um último fator que deve ser levado em conta é a famosa padronização dos processos de incorporação. Os espíritos que trabalham na corrente espiritual da Umbanda, se utilizam da roupagem fluídica de caboclos, preto-velhos e crianças, entre outros, não porque, necessariamente, um dia já foram índios, escravos e crianças, mas sim porque essas roupagens representam os arquétipos (modelos) para apresentação dos Mestres da Fortaleza (caboclos), da Pureza (crianças) e da Sabedoria (pretos-velhos). Exús/Pomba-giras, porque se faz necessário uma roupagem mais densa para cumprirem os seus papéis de agentes da justiça kármica e frenadores (repressores) de demandas e magias nos círculos espirituais em que atuam. Para se ter apenas uma idéia, todos os espíritos que se utilizam da roupagem fluídica de crianças são espíritos adultos, e que resolvem se manifestar como crianças, por se afinizarem com o trabalho e o modelo de Mestres da Pureza.

Acreditamos que conseguimos levantar um pouco do denso véu que recai e transforma a mediunidade em algo misterioso e ao mesmo tempo difícil de se lidar.

Devemos estar sempre alertas, para o fato que tanto nós como as entidades espirituais convivem e somos consequência da nossa pluralidade de existências. E que também estamos sob a vigência da Lei Maior chamada EVOLUÇÃO. Por conta disso, nada, mas nada mesmo pode ficar estático, impenetrável, insolúvel, misterioso e incognoscível (que não se pode conhecer) no Universo. Impenetrável, insolúvel e incognoscível, somente Deus.

Respeitemos, pois, a mediunidade alheia.

Não sejamos críticos daquilo que não podemos garantir em nós mesmos.

Não menosprezemos o trabalho alheio, para mais tarde não sermos nós os menosprezados.

Por maior que seja a nossa certeza e fidelidade (inconsciência) mediúnica, lembremos que amanhã podemos nos deparar com uma situação completamente nova que não consigamos catalisar direito.

Para isso é que existe uma máxima que diz: médiuns desenvolventes somos todos, para sempre.

Divaldo Franco, o grande orador espírita, um dia deixou de estudar o tema escolhido para ele ministrar uma palestra, por que tinha certeza, que nessa hora um espírito se aproximaria dele e lhe inspiraria. Chegado o momento, chamado ao púlpito, com centenas de pessoas a frente, Divaldo se desesperou. Nada de espírito algum se manifestar, e como ele não tinha estudado, nem dele mesmo conseguiria proferir algo sobre o tema em questão. Quando seu silêncio estava se tornando constragedor, sua instrutora espiritual Joanna de Angelis lhe apareceu e chamou a sua atenção. Aquele seria a última vez que Divaldo seria ajudado por um espírito se ele não estudasse os temas das palestras antes de efetuá-la. Além de proporcionar o seu aprendizado individual, estudar os temas, permitem a Divaldo, criar um arquivo em seu psiquismo para facilitar a comunicação do espírito instrutor e na formação da concatenação das idéias a serem transmitidas.

Diante de fatos como esses, eu prefiro que meus conhecimentos sejam, como já foram tachados, originados de livros e internet, pelo menos eu estudei e pesquisei bastante; que eu seja um médium que não está com nada e que cometa gafes e ratas no exercício da minha mediunidade, eu prefiro estar em constante desenvolvimento e aprimoramento mediúnico, ou como já disse Raul Seixas, "Eu prefiro ser, essa metamorfose ambulante".

Agradeço a todas as entidades que escolheram trabalhar com este médium (falho e cheio de defeitos), com certeza, elas sim, acreditam na minha capacidade e estão satisfeitos com os resultados que alcançam.

Em resposta a todas as críticas a minha meidunidade, digo apenas o seguinte: os cães ladram e a caravana passa.

Texto encontrado numa página da internet(desconheço o autor)mas creio que fala um pouco dos sentimentos de um médium.....

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Mediunidade, Sexo, Vida Social, Profissional e Familiar


- Por Maísa Intelisano

Sexo é energia, é vida, é saúde. Faz parte do nosso estágio evolutivo e deve ser encarado com naturalidade. Como tudo na vida, deve ser pensado, usado, praticado e apreciado com equilíbrio e bom senso.

O sexo sadio, feito com amor e prazer, com alguém de quem se gosta, por quem se tem respeito e afinidade e com quem se tem uma relação estável e sadia, é extremamente benéfico e ajuda no equilíbrio psíquico e energético do médium.

Se feito em demasia, poderá desgastar a pessoa física, mental e energeticamente, pelo esforço de todo complexo energético envolvido na busca do orgasmo.

Se praticado menos do que o necessário, seja por que razão for, também poderá sobrecarregar a pessoa, pelo acúmulo de energias muito vivas e ativas no corpo físico e no complexo espiritual, podendo gerar bloqueios e desequilíbrios que também vão atingir a pessoa como um todo.

No ato sexual, as duas pessoas envolvidas entram em profunda ligação energética e comunhão espiritual e trocam, não só fluídos corporais, como também fluídos espirituais, indispensáveis para o bem estar psicológico, emocional e físico de qualquer ser humano.

A abstenção de sexo na véspera do trabalho mediúnico só terá sentido se o médium se sentir realmente bem com isso, sem se sentir contrariado por um eventual “sacrifício”. De nada adianta o médium abster-se do sexo na véspera ou mesmo no dia do trabalho e chegar para a reunião completamente desequilibrado por um acúmulo de energias sexuais, que vão tirar a sua concentração e interferir na sua sensibilidade mediúnica e energética. Melhor seria ele praticar o sexo com equilíbrio e ir para a reunião satisfeito, feliz e equilibrado.

Assim, que o próprio médium aprenda a encarar sua sexualidade com naturalidade e equilíbrio, dosando sua necessidade de sexo e buscando praticá-lo de forma equilibrada, saudável e elevada, eliminando preconceitos e tabus que em nada contribuem.

Devemos lembrar que sexo também é criação de Deus e, portanto, também é sagrado, elevado, necessário, positivo, desde que, como em tudo, possa ser visto com bom senso e discernimento.

Vida social, profissional e familiar

Ramatis, no livro Mediunismo, também psicografado por Hercílio Maes, nos diz que “considerando que a faculdade mediúnica “de prova” ou “de obrigação” é sempre o acréscimo que o Alto concede ao espírito endividado para conseguir a sua reabilitação espiritual, sob hipótese nenhuma deve ela ser negociada ou vilipendiada. É o serviço de confiança que o médium exerce em favor alheio sem deixar de cumprir todas as suas obrigações para com a família, a sociedade e os poderes públicos. Os mentores siderais não lhe exigem o sacrifício econômico da família, a negligência educativa da prole, o descuido com as necessidades justas da parentela, para só atender indiscriminadamente ao exercício de sua faculdade.
Cada médium, como espírito em evolução, conduz o seu próprio fardo cármico, gerado no pretérito delituoso, o que também lhe determina as obrigações em comum no lar, onde vítimas e algozes, amigos e adversários de ontem empreendem o curso de aproximação espiritual definitiva. Assim é que, em última hipótese, deve prevalecer sobre o serviço mediúnico o cumprimento exato das determinações cármicas que lhe deram origem à existência na matéria.”

Ramatis deixa bem claro, portanto, que a nossa missão aqui é crescer e melhorar ESPIRITUALMENTE e que, por isso, nosso compromisso mais importante é com o que nos levou a buscar esta encarnação, mais do que com a mediunidade, dando a entender que a mediunidade só nos é dada DEPOIS que já decidimos reencarnar e já temos prontos os planos para a reencarnação. Ela é realmente um ACRÉSCIMO de serviços, algo que é ACRESCENTADO ao nosso projeto original de vida, para “APROVEITAR a viagem”. Sendo assim, não deve nunca estar acima dos nossos compromissos como encarnados, sejam eles pessoais, familiares, sociais ou profissionais, os quais são importantes para o cumprimento satisfatório de tudo o que nos comprometemos a realizar espiritualmente, para nós mesmos, durante a encarnação.

Também não devem estar abaixo de qualquer compromisso material. A mediunidade deve sempre ser considerada UMA das partes, UMA das atividades do médium na sua vida como encarnado. É preciso lembrar que, antes de ser médium, ele é um espírito e que, para ser médium na Terra, ele precisou reencarnar, ou seja, tomar um corpo material com todas as suas implicações.

A mediunidade deve estar lado a lado nas atividades materiais sadias e justas do médium, para que o próprio médium não venha a se desequilibrar física ou psiquicamente, perdendo o contato com a realidade material de sua condição de encarnado.

Maísa Intelisano

PS: Junto com o texto sobre animismo e mediunidade, esse texto comenta e explica aspectos bem importantes dentro da vida mediúnica. Penso ser bem esclarecedor e interessante a todos, principalmente no que tange ao sexo, assunto normalmente abordado com muitos dogmas e tabus pelas escolas espiritualistas ocidentais. Mais textos da autora à cerca de mediunidade e assuntos espiritualistas co - relacionados podem ser encontrados em sua coluna no site do IPPB (www.ippb.org.br) ou em sua site pessoal (http://somostodosum.ig.com.br

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

MÉDIUM E EXU


... Muitas vezes, ele funciona como um espelho, refletindo em seu comportamento os defeitos e qualidades de seu médium. Não estamos falando aqui de mistificação nem animismo e sim de um comportamento em que pela convivência um exterioriza qualidades e defeitos do outro. Apesar de Exu ter opinião própria a manifesta em linguagem simples e direta de forma que todos entendam. É ele a entidade mais próxima a nossa realidade e anseios materiais. Quando o médium começa a se desenvolver costuma ouvir que há a necessidade de doutrinar seu Exu. É natural que o médium não tenha doutrina no inicio de sua jornada espiritual e Exu exterioriza isso em seu comportamento, após boa doutrinação da entidade veremos a necessidade de doutrina também para o médium que acaba de chegar na casa. Durante o desenvolvimento mediúnico é ainda natural que o Exu se apresente pedindo sua oferenda, pois sua força é potencializadora e vitalizadora da mediunidade.

... Este mesmo médium que está iniciando na Umbanda encontra todo um universo novo aos seus olhos e Exu costuma ser algo intrigante e fascinante ao mesmo tempo; quando não uma entidade, força, que assusta um pouco os que não o conhecem.

... A questão é: Enquanto o médium estiver preocupado com a doutrina de “seu” exu estará também doutrinando-se, subconscientemente!

... Devemos, sim, estar atentos quando nos deparamos com entidades de esquerda sem doutrina, muitas vezes estão chamando nossa atenção a seu médium para que tomemos uma atitude doutrinária em relação a ambos.

... Tudo isso é bem diferente de um obsessor ou quiumba, trazido por transporte, que normalmente tem comportamento rude e agressivo. Falamos aqui do Exu de lei que acompanha o médium como entidade de trabalho na esquerda.

... Não devemos subestimar exu, achando que é entidade sem luz desprovida de evolução, observando apenas um aspecto externo e superficial, pois quando vamos com a farinha ele já voltou com a farofa, devemos sim ficar atentos com o que nos dizem nas entrelinhas ou o que querem nos passar, quando não podem ou não se sentem a vontade para revelar.

... Quanto ao que pode revelar, pergunte a ele sobre seu médium e o comportamento do mesmo e verá que Exu é o primeiro a apontar os defeitos de seu “cavalo” e isto está ainda dentro da qualidade especular de Exu.

... No desenvolvimento mediúnico é ele um elemento de muita importância, pois dá força e potencializa as faculdades mediúnicas, não é difícil encontrarmos exu pedindo para ser oferendado logo no inicio da vida mediúnica.

... Em uma casa de luz, em um terreiro de umbanda de fato, exu não aceitará trabalhos de ordem negativa a favor de futilidades ou egoísmos. Veremos exu trabalhando com seriedade e em sintonia com as entidades da direita, ou seja não virá em terra para contrariar todo um trabalho de doutrina realizado por caboclos e pretos velhos. Encontraremos até exus dando consultas, limpando e descarregando consulentes, fazendo desobsessão e outras coisas mais dentro do mesmo objetivo e até dando bons conselhos aos que a ele procuram.

... Por tudo isso somos gratos a exu e Pomba gira por trabalharem conosco a favor da luz, e afirmamos muito do que se fala de exu e pomba-gira ligado a magia negativa, nós desconhecemos, sabemos que muitos tentam se passar por exu, mas aí já não é mais Umbanda. Umbanda acima de tudo é Amor e Caridade, exu não deve vir em terra para dar o contra no trabalho de direita.

Texto extraído do JUS-JORNAL DE UMBANDA SAGRADA –

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